Convencionado pelos historiadores, no Egito antigo havia adoração aos animais, dado que os deuses eram antropozoomórficos (metade homem, metade animal). Antagônico é esse pensamento, subsiste, na cultura ocidental contemporânea, o predomínio ideológico defensor de que os animais são ferramentas para atingir o interesse humano. Diante disso, vale ressaltar as implicações desse pensamento arcaico e a que é condicionado a sua perpetuação. A Revolução Verde de 1960 proporcionou um avanço aos grandes latifundiários, tornando essa classe independente do trabalho movido à tração animal ao introduzir novas máquinas. Seguindo esse pensamento, é comum, principalmente no Nordeste, o uso de bois e cavalos para realizar funções de transporte, arado e lazer, porém, muito acima da sua capacidade física, desgastando os por meio de chicoteadas,furos, violência e humilhação nas extensas jornadas servis. Portanto, isso é semelhante à repudiada situação escravista “abolida” em 1888 no Brasil. Nota-se que é necessário um avanço ideológico da população a fim de perceber que os maus-tratos contra animais é tão repugnante quanto a escravidão, contudo, não difundida nas mídias sociais, o que faz dela uma situação “normal”. Além disso, segundo a Biologia, todos os animais de grande porte possui sistema nervoso, responsável pela transmissão de impulsos, como dor e cansaço. Uma vez que essa proposição se refere aos bois e cavalos mencionados, não há legitimação biológica que compactua para a permanência dessa situação árdua, restando, então, ao senso comum justificar a “escravidão” animal como necessário para a subsistência, tal qual fazia os Senhores de Engenho no Brasil colonial. Em vista do que foi mencionado, o Poder Executivo Federal deve investir na modernização dos pequenos proprietários rurais, com a introdução pesquisas para melhorar o rendimento agrícola aliado à doação de máquinas à associação de moradores rurais. Além disso, ele deve disseminar nas redes sociais, como Facebook, propagandas que ensinam os limites corpóreos dos animais. Espera-se, com isso, aumentar a dignidade dos animais e munir ideologicamente a sociedade para a questão da “escravidão animal”.