A cultura indiana considera a vaca um animal sagrado, a China tem o cachorro como um dos cardápios alimentares e no Brasil uma das maiores fontes econômicas é a pecuária e o cachorro tem o status de melhor amigo do homem. Assim se concebem algumas das diversas relações entre os seres humanos e os animais. Se, por um lado, a Constituição de 1988 estabelece punição aos maus-tratos aos animais, por outro, a mídia demostra a expansão de atos criminosos contra esses seres irracionais, pondo em xeque a sobrevivência de uma nação pensada para o progresso. Nessa dinâmica, cabe a análise de duas vertentes sobre essa questão: a expansão de ideologias pautadas no bem-esta de todos os seres vivos e a falta de representatividade da causa. É fato que no Brasil ocorreu uma expansão no debate sobre os maus-tratos contra os animais, como a recente discussão sobre as vaquejadas. Segundo a tese de Schopenhauer, uma das maneiras de medir o caráter do homem é por meio da análise da relação dele com os outros indivíduos do Reino Animalia. Grande parte dos filmes demonstram compaixão e uma relação harmônica dos seres racionais com os irracionais, como “Marley e eu”. Sentimentos esses que se expandem também no cotidiano em relação aos avanços de pessoas que adotam novas ideologias de vida, por exemplo, o veganismo e o vegetarianismo, que abdicam da alimentação de origem animal ou e até mesmo da utilização de roupas e derivados. Como impacto, isso gera humanização do tratamento com os animais. No mesmo viés, a erradicação do combate à crueldade contra os animais não é total devido às ações midiáticas e da bancada ruralista. As empresas alimentícias apresentam como slogans ilustrações, com vaca ou e frangos com aspecto feliz, algo que é totalmente equivocado, visto os cativeiros e a crueldade a que esses animais são submetidos como é retratada no documentário “A carne é fraca”. Outra maneira de expansão dos maus-tratos é por meio da agropecuária e das atividades taxadas como recreativas, como os rodeios, que são apoiados pela bancada ruralista, a qual tem forte representação no Brasil. Em razão disso, é necessário que Ongs dessa causa divulguem juntamente com a mídia engajada, por meio de propagandas ilustrativas nas redes sociais a realidade das criações de animais destinados ao abate ou ao fornecimento de derivados, o que possibilita a reflexão e a escolha dos cidadãos sobre contribuir ou não com essas empresas por meio da alimentação. A fim de que essa ocorra, deve haver o ensinamento, por meio das histórias em quadrinhos e de desenhos animados, do tratamento carinhoso destinado aos animais.