De acordo com o Artigo 5º da Constituição Federal, todos são iguais perante a lei. Contudo, percebe-se que essa afirmativa não ocorre para com todos, uma vez que diversas pessoas encontram-se em situação de rua, sendo essas desintegradas da sociedade. Nesse sentido, faz-se necessário transformar a visão social preconceituosa que se tem desses indivíduos para que, depois, ações comunitárias sejam promovidas com o objetivo de reintegrá-los ao meio social. É notório que os estereótipos feitos aos moradores de rua são um dos primeiros impasses para socorrê-los da condição de vida precária. De acordo com o escritor Nick Couldry, em sua Obra “Porque a voz importa?”, existe na sociedade moderna uma desigualdade de fala. A partir disso, deve-se entender que boa parte população de rua não tem voz no espaço público justamente por serem estigmatizadas como vagabundas, marginais e/ou criminosas, o que, por sua vez, promove a violência e esbarra na inclusão social desses indivíduos. Tal realidade se comprova com dados da Universidade Federal de Goiás (UFG), que demonstram um crescimento de 20%, em 3 anos, nos assassinatos dos que vivem nas ruas. Logo, percebe-se que,primeiramente, a ideia preconceituosa para com esses indivíduos precisa ser mudada, com o intuito de despertar a empatia social. Após essa transformação, o Governo, juntamente com toda sociedade, precisa promover meios que assistam os moradores de rua. Conforme as idéias do filósofo John Locke, o Estado deve garantir o direito de todos e a qualidade de vida. Sendo assim, as pessoas que vivem nas ruas não podem ficar à mercê de governantes que não cumprem com o papel de promover o bem-estar social. Essa triste situação, porém, ocorre, haja vista que ainda existe no Brasil mais de 100 mil pessoas em situação de rua, segundo dados do Ipea, ou seja, tais indivíduos permanecem sem os seus direitos garantidos, como o previsto no Artigo 5º da Constituição, pelo Estado. Dessa maneira, ações sociais precisam ser executadas a fim de mudar as condições de vida da população de rua, como forma de garantir dignidade e respeito para com esses. Portanto, diante desses dois aspectos, em primeiro lugar a mídia deve atuar construindo uma nova mentalidade social sobre os moradores de rua. Tal medida será executada por meio da exposição de programas em horários nobres com a presença de sociólogos, educadores e de pessoas em situação de rua que debatam sobre a condição precária desses indivíduos, com objetivo de despertar na sociedade um olhar mais solidário para com eles. Em segundo lugar, os Governos Estaduais devem promover ações comunitários em seus municípios, as quais ocorram por intermédio de funcionários públicos que atuem no cadastro dos moradores de rua em programas sociais e em instituições de ensino, com a finalidade de formar nesses indivíduos a base necessária para se crescer na sociedade e garantir seus direitos. A partir disso, a transformação de vida das pessoas em situação de rua será uma realidade social.