Sob a perspectiva filosófica de São Tomás de Aquino, todos os indivíduos de uma sociedade democrática possuem a mesma importância, além dos mesmos direitos e deveres. No entanto, percebe-se que, no Brasil, os moradores de rua compõem um grupo altamente desfavorecido dos direitos instituídos pela Constituição Federal de 1988, visto que o Brasil enfrenta uma série de desafios para atender essa demanda. Nesse contexto, torna-se evidente a carência de assistência governamental, bem como a compreensão depurtada da função social deste. O filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e a consideração por parte do Estado. Partindo dessa lógica, nota-se que o aparato estatal brasileiro não cumpre o seu papel efetivo de garantir os direitos inerentes ao homem, uma vez que não proporciona aos moradores de rua o acesso a educação. Prova disso, são os baixos índices de moradores de rua inseridos em instituições de ensino e no mercado de trabalho. Dessa forma, esses acabam sendo negligenciados no meio social. Além disso, outra dificuldade enfrentada pelos moradores de rua se dá pela prática da exclusão social. Nesse contexto, o sociólogo Zygmunt Bauman já defendia em sua obra “Modernidade Líquida” que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós-modernidade. Conforme tal pensamento, a opressão da coletividade, bem como seu viés individualista, diminui as oportunidades sociais e educativas dessa minoria, já que o olhar para os menos favorecidos é reduzido. Percebe-se, então, que medidas são necessárias para atribuir dignidade a esses cidadãos. Infere-se, portanto, que medidas públicas são necessárias para alterar esse cenário. Dessa maneira, é preciso que o Ministério da Educação em parceria com instituições de ensino, promova aberturas de novas turmas escolares, por meio da adaptação ao ritmo de aprendizado de cada um, com a oferta de pedagogos especializados, objetivando inserir essa população no ambiente educacional. Ademais, que o Estado Brasileiro, crie políticas de incentivo para inseri-los no mercado de trabalho, por intermédio da inclusão educacional e de projetos, como a isenção fiscal para empresas que empreguem quem veio das ruas. Assim, a perspectiva de São Tomás de Aquino se tornará válida.