Sob o prisma do geógrafo brasileiro Milton Santos, o processo de globalização é perverso, na medida em que, concomitantemente á destruição de algumas barreiras, há o surgimento de outras. Nesse contexto, percebe-se que a interação dos moradores de rua na sociedade é um dos maiores desafios no Brasil hodierno. Diante disso, soma-se não só a divisão injusta das classes sociais, como também a ausência do poder público no que se refere ao tema. Em primeira análise, é necessário destacar que a divisão de classe social é um dos principais contribuidores na problemática em questão. Desse modo, conforme defende o filósofo Marx, a história da humanidade é voltada para o conflito entre as classes. Destarte, as diferenças de padrões socioeconômicos entre os indivíduos brasileiros, é o que provoca ao preconceito, a falta de empatia, bem como a exclusão desse público que é desprovido de moradia e, por conseguinte são desintegrados da sociedade orgânica. Além disso, o poder público não possui eficiência, visto que, de acordo com a Emenda Constitucional nº 26, é assegurado a todos o direto a moradia, no entanto, o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro ”Ética a Nicomânco”, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no país, uma vez que a proporção do número de moradores de rua cresce exacerbadamente. Dessa maneira, é desconstruído o que é dito Constitucionalmente e o convívio harmônico no âmbito social, torna-se ainda mais distante. A fim de erradicar essa intempérie, portanto, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Cultura, promover campanhas educativas, por meio de feiras culturais nas escolas e praças públicas, para mostrar a importância de aceitar as disparidades do outro, com o objetivo de homogeneizar a sociedade independente das classes. Ademais, o Estado deve colocar em pratica o que imposto constitucionalmente, por intermédio da construção de casas seguras e com conforto para essa população, com o intuito de exterminar não só a indiferença, como também promover a interação das diferentes esferas sociais.