O documentário “ExcluSOS” (2016) retrata a condição desumana de fome, frio, desilusão e discriminação social das pessoas em situação de rua. O curta mostra uma dura realidade que está presente, sobretudo, nas maiores cidades do Brasil e que, hoje, representa um problema de saúde pública. Contudo, para mudar essa conjuntura e promover a integração dessa população à sociedade, é preciso trabalhar nas causas desse problema, as quais são, entre outras, o uso de drogas e o desemprego. Primeiramente, é notório que a dependência química é um dos motivos que leva uma pessoa a morar nas ruas. Isto porque, geralmente, o usuário de substâncias ilícitas ou é expulso de sua casa, ou ele próprio se afasta da família para poder se drogar. Tal contexto, foi identificado em um estudo realizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), na cidade de São Paulo, o qual concluiu que 41% dos moradores que ficam na cracolândia estão em condição de rua, somente, devido ao consumo de drogas. Dessa forma, é fundamental uma intervenção quanto a utilização de narcóticos, o vício e suas consequências no cenário das ruas. Ademais, o desemprego também é um fator que leva as pessoas a se instalarem em praças, sob pontes e becos. Em decorrência da falta de uma renda fixa, muitos não conseguem pagar suas cotas, como o aluguel de uma casa, e acabam indo morara nas vias públicas. Para o psiquiatra Augusto Cury, o desalento, que é provocado por situações como a falta de trabalho, desestrutura emocionalmente o indivíduo, e o ato de ir viver nas ruas, por exemplo, é, não só uma falta de opção, como também, uma representação do desespero. Dessa maneira, investir na oferta de emprego ajudará a minimizar a triste realidade dos moradores de rua do país. É premente, portanto, que para promover a integração dos moradores de rua à sociedade, deve-se abordar as questões do uso de drogas e do desemprego. Nesse sentido, é importante que o Ministério da Saúde intensifique as políticas de combate às drogas junto as pessoas em situação de rua. Essa iniciativa pode ser realizada por meio da construção de equipamentos de saúde que ofereça consultas, terapias e oficinas que busquem a desintoxicação e o efetivo fim da dependência química, com o objetivo de possibilitar que o indigente volte para o convívio saudável de sua família. Além disso, ONG’s podem atuar na promoção do trabalho remunerado para os indivíduos que vivem nas ruas. Com essas medidas, será possível reverter a história do “ExcluSOS”.