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Redação sem título.

Proposta: Como promover a integração dos moradores de rua à sociedade

Redação enviada em 18/05/2018

O poema de Manuel Bandeira "O bicho" utiliza-se da zoomorfização ao descrever um homem - sob condições insalubres - a buscar alimentos no lixo. Apesar de publicado em 1947, a lírica do autor promove discussões contemporâneas a respeito da marginalização dos moradores de rua e as opressões sofridas por essa minoria. Por isso, evidência-se a necessidade de fomentar medidas de integração e apoio à esses indivíduos, por meio da análise de dois agravantes: as injustiças e o abandono social. A princípio, é importante ressaltar que a "lei dos vadios" - ainda em vigor -, instalada no Código Criminal do Brasil desde o Império de 1830 e reformulada no Estado Novo, repudia condutas de mendigâncias, vadiagem e embriaguez. Diante disso, a marginalização dos desabrigados se revela intrínseca a heranças culturais brasileiras, fato que dificulta a inserção desse grupo a sociedade. Nesse contexto, episódios de violência contra essas pessoas são comuns - como retratado no filme "Laranja Mecânica" (1971) -, visto que, muitos desses sujeitos são incapazes de se defender, pois uma parcela dos desprovidos de domicílio possuem distúrbios psiquiátricos ou dependência química, tornando-os vulneráveis às injustiças. Destarte, se por um lado os moradores de rua são hostilizados, pelo outro, são vitimas do abandono social. Sob essa ótica, o documentário "Favela gay" (2014), relata histórias de LGBTQs dentro das comunidades cariocas, exibindo que muitos são expulsos de suas residências pelos seus familiares. Essa problemática não é incomum e mobiliza imóveis de acolhimento à esses sujeitos - como por exemplo a "Casa A" em Salvador. Outro ponto importante é o abandono da população, que além de criminalizar essas pessoas, não se mobiliza para ajudar-las. Transfigura-se, portanto, a necessidade de fornecer ajuda e fomentar a integração dos desabrigados à sociedade. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Saúde, atrelado ao Ministério de Assistência Social, a adoção do modelo sueco de tratamento de dependentes químicos - nesse, os usuários são encarados como pacientes e não como criminosos. Para isso, é preciso criar clínicas com profissionais especializados no tratamento e administração das drogas, além do acompanhamento psicológico dos enfermos. Dessa forma é possível atenuar o número de desabrigados no país.