Ser um morador de rua é estar privado de direitos sociais, como também, não pertencer a lugar nenhum. Dostoiévski conhecia bem a natureza dessa realidade ao afirmar que, na pobreza, o homem conserva seus sentimentos inatos, mas, na miséria, ele é afugentado a vassouradas. A miséria só deveria existir no dicionário, mas, é facilmente personificada na sociedade brasileira, na condição de morador de rua, mostrando que é preciso intervir nessa realidade. Uma das maneiras de começar a reverter esse quadro é cuidando para que as escolas se tornem um ambiente de ensino criativo e diminuam, assim, a evasão escolar. Como diagnosticou Immanuel kant, as escolas brasileiras se habituaram a se comportarem como um espaço de tolhimento educacional e reprodução de conteúdo, com pouco ou nenhum incentivo ao desenvolvimento de ideias. Dessa forma, o contingente de alunos que abandonam as escolas podem futuramente engrossar as estatísticas do último censo nacional de moradores de rua, no qual mostrou que 50% desta população não terminou o ensino fundamental. Além disso, outra medida que pode ser tomada para mitigar esse imbróglio é proporcionar educação continuada aos moradores de rua vinculando o acesso aos albergues junto ao programa do EJA, ao ensino técnico e ao profissionalizante. No entanto, segundo Aristóteles, o saber tem raízes amargas mas o fruto é doce, logo é provável que essa medida crie objeções no morador de rua, mas, é por meio dele que se alcança o desenvolvimento pessoal, a mudança necessária para quem está nessa condição. Sendo assim, é preciso que o governo reduza a evasão escolar ao proporcionar um ensino teórico aliado à prática por meio de laboratórios nas escolas. Essa é uma das maneiras de tornar o ensino mais dinâmico capaz de despertar curiosidade no processo de aprendizagem. Além disso, o ministério da educação deve fazer parcerias com o ministério do desenvolvimento social e promover cursos educacionais aos moradores de rua que frequentam os albergues. Dessa forma, o morador de rua poderá ser capaz de inserir-se novamente à sociedade.