A Constituição Federal de 1988 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro - assegura a todos o direito à moradia, saúde e segurança. Contudo, percebe-se que o número de moradores de rua tem aumentado vertiginosamente. Nesse sentido, dois fatores merecem atenção, como as causas que levam tais pessoas a chegarem a uma situação como essa e o descaso da população frente ao problema. De início, cabe salientar que tanto as grandes cidades quanto as pequenas têm sofrido com essa questão. O Brasil passa por uma grande crise econômica e, como consequência disso, a quantidade de pessoas desempregadas aumenta progressivamente. Devido a isso, os brasileiros que ao perderem a sua renda fixa e que não conseguem uma habitação para morarem, acabam ficando à margem da sociedade, vulneráveis à violência urbana e a contração de doenças. Dessa forma, o Estado precisa sair de sua inércia e ajudar na integração desses necessitados. Em segundo plano, vale ressaltar que a população tem, com o Estado, uma relevância para mudar esse cenário. Porém, segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a pós-modernidade é bem caracterizada pelo seu individualismo, nela, as diferenças são vistas como anomalias pelos iguais. Tal concepção leva alguns indivíduos agredirem fisicamente os sem-teto, o que expõe o perigo a que esses estão sujeitos, além de clarear a omissão por parte do Estado que, ao invés de cumprir com as diretrizes da Carta Magna, acaba inspirando a população a se portar de forma semelhante: indiferente e desrespeitosa. De acordo com Newton, um corpo tende a permanecer em movimento até que uma força atue sobre ele. Uma força necessária para reverter à situação dos moradores de rua é a medida que se impõe. Diante disso, cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social, em parceria com ONGs e instituições religiosas, atacar as causas do problema, ao invés de tomar medidas paliativas (como a distribuição de alimentos e objetos), por meio de ações que objetivam a reinserção do cidadão ao meio social, para que as condições de moradia, saúde e segurança sejam garantidas. Isso pode ser feito com a promoção de cursos profissionalizantes como de jardinagem e eletricista que irão prepará-los para o mercado de trabalho. Assim, o Brasil avançará de forma mais justa e igualitária.