A Constituição Federal de 1988 garante como um de seus direitos sociais a moradia para todos os cidadãos brasileiros. Todavia, em oposição a tal direito constitucional, observa-se que no país é grande o número de pessoas vivendo nas ruas e que lutam diariamente para ser reintegradas à sociedade. Nesse sentido, há dois pontos que não podem ser negligenciados como os reflexos que as altas taxas de moradores de rua causam na sociedade , e quais os obstáculos que dificultam a resolução dessa problemática. Em primeira análise, cabe pontuar que muitas pessoas veem as famílias sem moradia como meros"mendigos", lidando com o assunto com extrema falta de humanidade e se omitindo diante dos vários reflexos sociais desse problema. Nesse sentido, já ressaltava o filósofo Immanuel Kant: "age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal", mostrando que as pessoas devem buscar tratar os outros como gostariam de serem tratadas. Desse modo, é válido lembrar que moradores de rua são vítimas em potencial da violência, além de serem possíveis candidatos a usuários de drogas, a praticarem roubos e furtos, além de serem eventuais ocupantes de vários locais públicos de lazer como praças, parques e bosques. Ademais, convém frisar que grandes são os desafios para acolher as famílias que se encontram em situação de miséria e acabam ocupando as ruas. Em princípio, é coerente lembrar da história do morador de rua em Recife que passou em primeiro lugar no concurso do Banco do Brasil, mostrando da capacidade que há em todo ser humano, apesar dos problemas. No entanto, na maioria dos casos, é comum haver grande recusa dos moradores de rua no mercado de trabalho devido a analfabetismo, aparência, falta de documentos, falta de residência fixa e telefone de contato. Dessa maneira, observa-se que tanto há a carência de ações governamentais para acolher de maneira digna as pessoas carentes sem moradia, como de investir em medidas que possibilitem a reintegração ao mercado de trabalho. Diante do supracitado, portanto, faz-se necessário lançar ações para mitigar essa conjuntura. Logo, o Governo Federal, assessorado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, deve construir abrigos temporários com comida e camas, além de moradias permanentes para as famílias, afim de evitar a permanência desse pessoal em áreas externas. Ainda, cabe ao Governo Federal, agora junto ao Ministério do Trabalho, providenciar emissão de documentação gratuita para os comprovadamente pobres e sem teto darem entrada à procura de empregos, criar programas de vagas de empregos exclusivas para os moradores de rua e programas profissionalizantes voltados a esse público, afim de fazer com que um problema social se torne mão de obra para o país. Assim, a integração dos moradores de rua à sociedade. se tornará um passado e o presente evidenciará uma sociedade melhor.