Na mitologia grega, Sisífo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sisífo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana de ex-presidiários, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à inclusão social. Nesse contexto, não há dúvidas de que a incorporação dos ex-detentos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só a negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade. Em primeira análise, percebe-se atualmente o descaso estatal com a formação educacional dos carcerários. Isto porque poucos recursos são destinados pelo Estado para projetos educacionais, que têm como objetivo a introdução desses indivíduos à sociedade. Dessa forma, a negligência do Estado, ao investir minimamente na formação educacional de pessoas que estão afastadas da comunidade, dificulta a universalização desse direito social tão importante. Em segunda análise, o preconceito da sociedade com os presidiários apresenta-se como outro preponderante obstáculo na efetivação da inclusão social deles no Brasil. Os ex-carcerários, portanto, são vistos como pessoas criminosas, sendo excluídos pelos demais, o que impede o retorno deles ao mercado de trabalho. Diante do exposto, urge que o Estado, por meio do envio de recursos ao Ministério da Educação, promova a construção de projetos para a alfabetização, o Ensino Fundamental, Médio e Técnico dos detentos e possibilitar a integração ao mercado de trabalho. Desse modo, cabe às instituições de ensino, o papel de organizar palestras elucidativas sobre a importância da inclusão dos ex-presidiários à sociedade por meio de exemplos em obras literárias, dados estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil não seja complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos difundidos socialmente.