A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 5 assegura aos brasileiros o direito à vida, à liberdade e à segurança, garantindo que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Entretanto, a dificuldade de inclusão de ex-presidiários ao corpo social revela que não são todos que usufruem da norma. Nesse contexto, surge a problemática da reintegração de ex-penitenciários que persiste intrinsecamente frente à realidade do país, seja pelas insuficiências governamentais, seja pelo individualismo da sociedade. É importante salientar que os esforços do governo são insatisfatórios e mediativos. Perceptível em vista do percentual de ex-presidiários que voltam a praticar crimes, sendo esse número maior do que 40%, de acordo com dados divulgados pela Gazeta do Povo. Segundo o filósofo Immanuel Kant, o homem é aquilo que a educação faz dele. Partindo desse pensamento, nota-se que as entidades governamentais tem ido na direção oposta de tal ideia, tendo em vista que apesar do sucesso de programas educacionais para auxiliar o retorno do preso, não é notado a adoção dessas medidas em praticamente nenhum presídio do país. Além disso, a sociedade deveria ser uma das principais aliadas na resolução do problema. Porém, tal apoio não é notado, haja vista segmentos da sociedade que apoiam o tratamento desumano. Consoante à ideia defendida pelo sociólogo Zygmunt Bauman, o individualismo é tido como o maior conflito da pós-modernidade. Esse problema assume contornos específicos no Brasil, onde uma grande parcela na população é incapaz de tolerar qualquer possibilidade de reintegração de ex-detentos à sociedade. E alia-se à ideia do sociólogo Émile Durkheim, cujo foco está no Fato Social, defendendo a ideia do pensamento construído em coletivo. Logo, essa intolerância passará de geração em geração, prolongando a resolução do caos. Infere-se, portanto, que formas de melhorar a reintegração dos presos devem ser debatidas e estudadas, além da inquestionável atuação do governo na problemática. A fim de garantir a eficiência da lei e promover a melhora na vida dos ex-detentos, o Governo Federal deve atuar nas diversas prisões do país, aderindo a essas, programas educacionais e profissionalizantes. E com o propósito de mudar a mentalidade individualista da sociedade, o Ministério da Educação e o Governo Federal devem atuar em toda a sociedade, por intermédio da entrega de material didático em todas as escolas do país, mudando, assim, a base da sociedade e adoção de programas de conscientização como pontos de informação, dessa forma, atingindo o restante da sociedade.