A questão penitenciária é um assunto recorrente na história humana e motivou estudos por parte de diversos e renomados intelectuais, tais quais o francês Michel Foucault. Na realidade contemporânea brasileira, essa questão encontra sua máxima na dificuldade da inclusão social de ex-presidiários, situação agravada por estereótipos midiáticos e pela baixa eficiência do sistema prisional. A priori, os detentos recém-saídos das prisões encontram contra si estigmas previamente interiorizados e fomentados por uma mídia sensacionalista. Esta, ao abordar intensivamente casos de criminosos que deixaram o regime carcerário para cometer delitos, muitas vezes de menor gravidade, cria na sociedade uma gama de preconceitos e medos contra a população que já experimentou estar atrás das grades. Em consequência, quase a totalidade desse grupo encontra dificuldades ao tentar se reintegrar ao corpo social e arranjar emprego, contribuindo para as já altas taxas de desemprego. Sob outra perspectiva, um certo medo, nesse sentido, se torna justificável, na medida em que significativa parcela de ex-presidiários retorna ao mundo do crime imediatamente após a soltura. Isso evidencia a ineficiência do Sistema Prisional Brasileiro, cuja razão de existência deveria ser, além de punir, principalmente reeducar, segundo a Constituição federal. Contudo, o projeto de reeducação requer verba, infraestrutura e métodos pragmáticos, necessidade que não se alinha às atuais ações da esfera pública acerca do assunto. Assim, desperdiça-se capital para a manutenção de um sistema improdutivo. Destarte, providências são imprescindíveis para solucionar a exclusão de ex-presidiários. O INEP, em parceiria com o MEC, deve esclarecer a realidade dos presidiários brasileiros, por meio de palestras públicas, a fim de romper com os estigmas sociais contra estes. Ademais, o governo federal, articulado ao Ministério da Segurança Pública, deve reformular o sistema prisional e investir mais em infraestrutura para tal, de forma a maximizar sua eficiência. Assim, estimular-se-á a inclusão social dos que desejam mudar de vida.