Na mitologia grega, Atlas foi condenado por Zeus a segurar o céu, eternamente, em seus ombros. Desde então, ele ficou conhecido por todos ao seu redor como "O Portador". Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta diária dos ex-presidários brasileiros que buscam a inclusão social. Esse desafio ocorre não somente pela negligência governamental, mas também pelo preconceito da sociedade. O Estado nunca deu a devida importância ao problema, visto que, quase metade dos ex-penitenciários voltam para a criminalidade e acabam cumprindo pena, mais uma vez. Caracterizando o Brasil no rol de de países com presídios superlotados. Outrossim, ainda há um grande estigma criado pela sociedade contra esse grupo de indivíduos. Consoante ao pensamento do economista alemão, Karl Marx, não é a consciência do homem que determina o ser, mas ao contrário, o ser social que lhe determina a consciência, logo nota-se as razões da dificuldade em adquirir a almejada ressocialização em um ambiente repleto de preconceito. Portanto, medidas são necessárias para resolver esse impasse. Faz-se necessário um investimento maior do Poder Público em programas de capacitação profissional e educação escolar dentro dos presídios. Enquanto ONGs, devem abordar diálogos humanizadas sobre cidadania e responsabilidade. Ademais, cabe ao Estado, incentivar a contratação de ex-penintenciários a partir de Parcerias Público-Privadas. Ao passo que, a Mídia deve ter caráter representativo. Dessa forma, a realidade dos ex-presidiários distanciar-se-á do semblante de "portadores", como no mito grego. Criando uma sociedade mais justa e com menos criminalidade.