Título da redação:

Como Romper um Círculo Vicioso

Tema de redação: Como promover a inclusão social de ex-presidiários no Brasil

Redação enviada em 15/05/2018

Em se tratando de pessoas em cumprimento de pena que envolva privação de liberdade, há todo um círculo vicioso que precisa ser quebrado. O presidiário de hoje é fruto da negligência da sociedade e do Estado em oferecer serviços públicos de qualidade aos cidadãos. Assim sendo, do mesmo modo que os criam, essas instâncias devem contribuir para a solução do problema, por meio da implementação de políticas públicas e projetos sociais. Primeiro, ao longo da infância, a criança é deixada em casa pelos pais, pertencentes a classes menos favorecidas, com os irmãos mais velhos, pois não há creches ou não as há em número suficiente. Além disso, a moradia é uma habitação precária. À medida que vai crescendo, o pré-adolescente e o jovem continuam sem acesso a uma escola de qualidade e, muitas vezes, abandona o colégio, enriquecendo as taxas de evasão escolar. Pode ocorrer de, antes da desistência final, repetir inúmeras vezes, trazendo para si e para o sistema educacional como um todo, uma distorção idade-série que o faz sentir-se inadequado no ambiente de ensino. Distante de projetos culturais ou esportivos e já tendo deixado a escola, o jovem permanece ocioso. Não consegue uma ocupação no mercado de trabalho ou apenas um emprego informal que não lhe oferece perspectivas a longo prazo. Finalmente, sem educação, sem saúde, sem trabalho e sem futuro, acaba por ingressar no mundo do crime. Mais tarde, ao ser preso, é recebido por um sistema marcado pela superlotação e precariedade de condições de vida, onde inúmeras doenças coletivas - de pele, contagiosas e até o HIV - lhe aguardam. Durante o tempo em que lá permanece, não tendo se educado e nem aprendido uma profissão, sai da cadeia. Novamente, sem esperanças de obter algo melhor, retorna ao crime. A fim de promover alterações neste quadro é necessário que o Estado desenvolva projetos sociais que ofereçam um ensino de qualidade – onde a tecnologia, o ensino a distância e o uso de computadores possam auxiliar na obtenção de conhecimentos. O Estado poderá ainda efetuar parcerias com sistemas profissionalizantes de ensino como o SENAC, SESC, SENAI, nas quais os detentos possam aprender uma profissão. Outra alternativa é a sociedade com empresas privadas, ainda no próprio presídio, de modo que o preso saia do estabelecimento, mas prossiga trabalhando na mesma indústria. Uma outra ainda, seria a aplicação de legislação, também promulgada em nível estadual, de modo a definir os incentivos - tais como redução de impostos - a todos aqueles que decidirem empregar ex-detentos(as). Desta maneira, tanto a sociedade quanto o Estado encontrarão meios de resgatar as faltas cometidas no início do círculo vicioso, quando poderiam oferecer uma educação de qualidade às crianças em situação de risco ou criar projetos sociais e educativos destinados a elas.