Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A participação política do jovem no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 18/08/2018

Tema: Como incentivar a participação dos jovens na política brasileira Em meados do século XIX, em “20000 Léguas Submarinas”, Júlio Verne vislumbrava um futuro que se desenhava - utópico e otimista como Thomas Morus havia sonhado séculos antes -, uma sociedade moderna, evoluída, mergulhada nas descobertas e na esperança. Contemporaneamente, na realidade brasileira, as projeções idealizadas pelo francês esvaíram-se nas páginas da história, e a participação política dos jovens vem reduzindo com o passar dos anos. Com efeito, a problemática persiste na vivência do país, como produto da indiligência do Estado e da compactuação do corpo social. Em uma primeira análise, sob a ótica sociopolítica, a persistência da ausência de interesse por parte da juventude é fomentada pela negligência do poder público. Essa conjuntura se constrói em decorrência da omissão do Estado em oferecer direitos básicos de qualidade a toda a população, abstendo-se do seu dever constitucional. No entanto, mesmo com a existência de educação pública, o Governo ainda mantém essa pauta secundarizada, já que não investe em esforços eficientes para a educação de qualidade, consequentemente, formação de pensamento crítico, pondo, assim, as classes sociais mais baixas à margem dos direitos instituídos - realidade que desconstrói de forma marcante o cenário de otimismo que Júlio Verne projetou. Contudo, negar isso aos indivíduos é infringir o direito à educação, que restringe o direito à liberdade de expressão, assegurado pelo Capítulo II da Constituição. Desse modo, é imprescindível que os órgãos estatais efetivem suas funções. Ademais, em um segundo plano, a perpetuação dessa apatia arquiteta-se como subproduto da compactuação da sociedade. Isso porque, nas mínimas expressões, relevante parcela da população reproduz em suas ações o discursos que desencantavam os jovens. De outra parte, muitos, por descrença, não consideram a viabilidade de transformação dessa realidade, e se tornam inertes. Esse panorama vai de encontro à ideia desenvolvida pelo sociólogo francês Michael Foucault, em “A Microfísica do Poder”, que, a partir do conceito de “Disciplina”, defende que a sociedade e as ideologias impostas trabalham conjuntamente a fim de criarem um corpo social passivo e resignado, por meio de coerções introjetadas no sujeito. Dessa maneira, por silenciamento e reprodução ideológica, os empecilhos para a superação do problema perpetuam-se todos os anos. O incapacidade do Estado, em paralelo ao consentimento do corpo social são, portanto, as causas diretas desse entrave no Brasil. Dessa forma, a fim de combater esse quadro de desentusiasmo, e construir, nas mínimas expressões, uma sociedade pautada no engajamento político, o Poder Executivo Federal, em conjunto aos governos Estaduais e Municipais, deve instaurar - por meio de expressivos esforços operacionais e orçamentários - políticas públicas de investimento em educação - haja vista a importância de promover o estímulo ao pensamento crítico -, e campanhas de conscientização com amplo apoio midiático, com o objetivo de criar um país é uma sociedade mais evoluída. Consequentemente, com o alcance e a eficiência dessas ações, o futuro otimista previsto por Verne será uma realidade.