Nas civilizações gregas antigas, a participação política e a questões do Estado eram limitados para os indivíduos com determinada faixa etária, sendo restrita a participação popular. No Brasil, com a instauração da democracia, é crescente o engajamento político de diferentes camadas sociais, principalmente da juventude, estando esses voltados para a conquista dos direitos sociais, civis e políticos garantidos constitucionalmente. Desde o Iluminismo, com o ideal de igualdade, e o reforço pela Constituição Brasileira com a liberdade de expressão, tem-se visto cada vez mais jovens engajados no meio político e lutando pelo respeito a seus direitos constitucionais. Esse fenômeno não é fruto da juventude pós-moderna, antecede o movimento dos “Caras Pintadas” e sucede os protestos políticos de 2016. Contudo, é indubitável que a época da Ditadura Militar foi o ápice da participação política da juventude, estando presente em marchas contrárias ao regime imposto e discursos que aclamavam o direito à luta e a liberdade de expressão. Dessa forma, conforme afirmado por Aristóteles, essa natureza participativa do homem origina-se do seu caráter social e político. Portanto, engajar-se na vida social e política não é um aspecto secundário da existência humana, mas lhe é, ao contrário, algo constitutivo. Diante disso, visualiza-se nesse sentido a importância do investimento na educação dos jovens brasileiros. É sabido que o ambiente escolar, além de ser responsável pela formação acadêmica, participa da formação cidadã do jovem, permitindo sua integração no seio da sociedade, além de evitar a sua alienação e consequente marginalização. Como enunciado pelo educador Paulo Freire, uma educação conscientizadora contribuiria, na aprendizagem da democracia, com a própria existência desta, atribuindo a educação um caráter de responsabilidade social e política. Além disso, o meio virtual apresenta-se eficiente no papel de propagador de protestos sociais e mobilização política. Com efeito, a “Primavera Árabe” e a manifestação de 2015 contra o aumento da tarifa do transporte público brasileiro possuem, em comum, a internet como recurso, sendo ambos os movimentos protagonizados por jovens. É sabido que a modernidade caracterizou-se pelo projeto de emancipação do ser humano, permitindo a sua inserção nos âmbitos, por intermédio da instauração da democracia. Desse modo, cabe ao dever público a inserção do cidadão no processo de mudanças políticas, dando voz a juventude participativa que clama por respeito e mudanças, investindo nos sistemas judiciários e na eficiência do cumprimento dos seus papeis sociais e o respeito a Constituição, visando o estabelecimento da ordem social e o progresso da nação.