Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A participação política do jovem no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 30/06/2018

A participação dos jovens não se faz no vazio histórico e cultural, mas em sociedades que carregam marcas singulares de sua história e dificuldades específicas de seu presente. Nesse sentido, compreender os mecanismos responsáveis por propulsionar o debate político entre a juventude é identificar os objetos intrínsecos que compõem a materialização do homem como um "animal político", nas palavras de Aristóteles. O desempenho pífio dos jovens na construção da política nacional da última década, é objeto de análise sobre esses mecanismos, e se sustenta pelas deficiências pedagógicas do ensino básico e pelo estabelecimento de um monopólio ideológico para resolução das mazelas sociais. Em primeiro lugar, é preciso destacar a ineficiência de caráter estrutural do processo pedagógico em âmbito pátrio. O estudante brasileiro, mesmo no fim de sua formação básica, pouco reconhece as maneiras de apropriação do conhecimento teórico para a prática diária. Em especial, para as ciências humanas, o que se vê é uma grande cobrança sobre os pensadores clássicos da filosofia e sociologia, mas pouco estabelecimento de parâmetros que conectem as teorias passadas ao presente. Em virtude disso, o estudante brasileiro, por vezes, mantêm-se equivocado acerca dos processos políticos e deslocado dos mecanismos constitucionais que possibilitem a construção de melhorias para a situação da sociedade. Além disso, o cenário político-partidário das últimas décadas pouco colaborou para fomentar a criação de novas militâncias juvenis. Desde o fim do processo de redemocratização em 1988, com a promulgação da Constituição Cidadã, o que se vê é um sólido monopólio ideológico social-democrata, evidenciado por eleições dominadas pela oligarquia bipartidária PT e PSDB. Não obstante, essa corrida de uma só equipe foi responsável por patrocinar diretórios acadêmicos hegemônicos nas universidades federais e por sucumbir os movimentos de oposição, que só foram se reorganizar durante os protestos do Movimento Passe Livre, em 2013, com a polarização promovida pela juventude neoliberal e conservadora. Dessa forma, a participação do jovem na política brasileira se faz com uma educação adaptada à esfera política contemporânea e por meio de uma disputa ideológica plural. Assim sendo, pode o Ministério da Educação arquitetar uma reforma nas competências do ensino básico público, por meio da criação de uma disciplina especial, que contemple as ciências humanas, no que tange ao ensinamento das práticas de participação política e apresentação das amplas militâncias do espectro partidário aos estudantes com idade suficiente para exercer o voto, mas com propriedade.