Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A participação política do jovem no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 22/06/2018

No livro “Rap e Política”, o autor Roberto Camargos sintetiza um novo fazer político em crescimento no país, marcado pela fala, expressão e ritmo de jovens que encontram na música uma forma de denunciar os problemas vividos. Desse modo, a ação desses jovens, em um contexto em que a política é vista pela população como restrita ao governo e aos órgãos de poder, é importantíssima para incentivar mais pessoas a usarem a voz e a influência na tomada de decisões que melhorem o rumo do Brasil. No ponto de vista histórico, é possível perceber que a força contestadora da juventude é a força motriz de um processo de renovação social. Exemplo disso, na década de 80, ao exigirem o direito de votar, os estudantes mobilizaram toda a sociedade numa das maiores campanhas brasileiras, as Diretas Já. Com efeito, o cenário hoje não é muito diferente, como é perceptível nos protestos contra a política de armas americana após o Massacre de Parkland, em 2018, na Flórida. A visível determinação dos estudantes em não aceitar o status quo, sob o contundente argumento de que deveriam ser protegidos, atingiu a televisão e as redes sociais em uma proporção que foi impossível não serem ouvidos. Em suma, o adolescente brasileiro precisa entender o grande poder de mobilização de que é capaz e, enfim, contribuir para a mudança do espectro da política atual. Além disso, é inegável que o sistema político brasileiro pouco mudou com o passar dos anos, posto que ainda seja marcado por oligarquias partidárias, a elite financeira. Nessa perspectiva, assuntos como disparidade de renda, feminismo, racismo e homofobia, pautas atuais, são poucos discutidos pela falta de representantes nos partidos. Aliás, é algo que o filósofo Pierre Bourdieu expõe em: As disposições para o engajamento político estão estritamente ligadas às desigualdades de condições de origem dos agentes sociais, ou seja, as necessidades das periferias e camadas mais marginalizadas só serão realizadas quando tiverem representantes políticos oriundos dessas regiões. Com base nisso, fica claro que é fundamental a ação da juventude na política brasileira, seja nas ruas em batalhas de rap como também nas urnas na hora do voto. Portanto, a mudança deve começar dentro das salas de aula; O Ministério da Educação deve promover a participação ativa dos alunos na escola, por meio de um grêmio estudantil, simulando uma candidatura, a fim de ensiná-los desde cedo o funcionamento da democracia. Outrossim, os professores devem utilizar outros meios que chamem atenção dos jovens na hora de aprender, como estudar e criar letras de músicas que abordam as questões sociais. Por fim, deve ser obrigação dos partidos oferecerem cursos e vagas aos jovens que queiram participar profissionalmente da vida política para que ocorra uma renovação não só dos candidatos, mas de toda a estrutura eleitoral do país.