Segundo os preceitos de Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, o indivíduo se torna cidadão a partir de sua participação na esfera política. Nesse contexto, evidencia-se a responsabilidade da esfera pública em consolidar a cidadania por meio da sociedade que a exercerá. Conquanto, à medida que os debates de teor político marginalizam a atuação juvenil, o amanhã ficará sob a hegemonia de ideais públicos obsoletos e segregadores, incapazes de levar a democracia a todas as esferas sociais. O Programa Observatório da Educação revelou que a presença dos jovens nos assuntos públicos está intrinsecamente relacionada a sua renda familiar. Nesse sentido, a juventude proveniente de famílias com renda per capta elevada, tem acesso à educação qualificada e, por conseguinte, tende a tornar seus indivíduos em cidadãos mais ativos. contrapondo-se a essa realidade, aqueles que pertencem às camadas mais baixas, ficam alheios à cultura de participação política. Para reverter esse cenário e levar a democracia a todos, a educação pública necessita incorporar o diálogo político dentro das salas de aulas, visando estimular esses alunos a conhecerem os seus direitos e deveres. Consoante Mário Sérgio Cortella, filósofo contemporâneo e educador, acredita que a política deve ser ensinada no ambiente escolar, por meio da ideia de comunidade, expondo ideais de igualdade e reciprocidade entre os comuns. A Constituição Cidadã de 1988 garante a todos a liberdade de expressão. Dessa forma, os jovens podem expor suas perspectivas políticas e propor melhorias sociais embasadas na sua visão de mundo e conhecimento. Outrossim, o direito de se reunir, pacificamente, em espaços públicos também está previsto na Constituição, possibilitando àqueles uma forma de disseminar seus ideais, buscando garantir um futuro que permita a concretização dos seus desígnios. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para tornar a atuação juvenil efetiva na política do país. O Ministério da Educação deve integrar à grade escolar projetos sociais e educacionais que promovam palestras e apresentações artísticas que tratem da importância da política para construção social e como, por meio dela, os jovens podem ampliar o conhecimento sobre seus direitos e deveres, tornando-se cidadãos melhores e bem sucedidos. Dessa maneira, a realidade se aproximará dos ideais aristotélicos, formando uma sociedade composta por cidadãos ativos e capazes de levar o país ao progresso.