Historicamente os jovens sempre desempenharam papel fundamental na luta política por direitos e avanços nos mais diversos países. No Brasil por exemplo se notabilizou o movimento estudantil dos “caras-pintadas”, que em 1992 mobilizou jovens de todo país a expressarem sua insatisfação com o governo do então presidente Fernando Collor. O movimento dos caras-pintadas desempenhou papel fundamental no processo de impeachment do presidente Fernando Collor. No entanto atualmente o crescente descrédito da população brasileira na política e nas instituições faz com que os jovens se distanciem da sua responsabilidade de participação política que é essencial na manutenção da democracia. Uma pesquisa feita em maio desse ano pelo Datafolha constatou que 62% dos jovens brasileiros com idade entre 16 e 24 anos sairia do país tivesse essa possibilidade. Tal pesquisa mostra a falta de esperança no país de milhões de jovens, já que diante de tantos problemas eles não se veem como parte da solução. Essa conjuntura é de certo conveniente aos grupos políticos e conglomerados econômicos que afundaram o Brasil na crise política moral e institucional vigente, já que a esses grupos interessa que o corpo social cuja a juventude é parte integrante e indispensável, desista de lutar por um país melhor. É natural, no entanto que após tantos escândalos de corrupção que já se tornaram rotineiros no Brasil, que os jovens criem um sentimento de ojeriza em relação à política e ao descaso sofrido pelos cidadãos brasileiros. De certo a imagem passada pela atual classe política brasileira não inspira a confiança e a credibilidade necessárias para atrair a juventude brasileira para o debate político que decide os rumos do Brasil. Apesar de na situação corrente essa apatia política ser natural é preocupante a perda de fé no Estado democrático de direito, já que toda saída fora da política é totalitária. Tendo em vista a gravidade do problema é urgente que medidas sejam tomadas para superá-lo. Levando em consideração que parte do desinteresse e da falta de engajamento político deve-se aos escândalos cada vez maiores que são descobertos e a péssima qualidade da classe política brasileira , é preciso que a polícia federal e os órgãos judiciários recebam autonomia para investigar e punir com todo rigor da lei os envolvidos em casos de corrupção. É importante ainda levar o debate político para a educação de base por meio da ênfase na grade curricular de matérias que instiguem a discussão política tais como filosofia e sociologia. Dessa forma será possível recuperar a participação da juventude na política para construir um Brasil mais justo.