O documentário ‘’Fed Up’’, disponível na Netflix, mostra como o estabelecimento de grandes empresas de ‘’fast food’’ nas escolas estadunidenses está associado aos altos índices de obesidade e diabetes infantil visualizados nas décadas seguintes. Hoje, segundo o portal Agência do Brasil, em contraposição ao fato de que o país verde e amarelo saiu do Mapa da Fome em 2014, a alimentação inadequada levou cerca de 60% da população a uma quadro de sobrepeso e 20% à obesidade. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que possibilitam que tal quadro se instaure com o objetivo de combatê-los. Em primeiro plano, é importante destacar que, de acordo com o livro ‘’O Capital’’, escrito por Karl Marx, para a manutenção da engrenagem capitalista, há uma ‘’fetichização’’ da consumo e, com isso, é criado um ideal de felicidade associado aos produtos.Nesse viés, as indústrias alimentícias criam propagandas e, com isso, induzem os indivíduos a comprarem alimentos cujos efeitos são nefastos ao organismo do ser humano. Um exemplo disso é o refrigerante Coca-Cola que mesmo sendo associado a vários tipos de doenças, inclusive ao câncer, continua tendo o seu consumo massivamente incentivado pelas peças publicitárias. Desse modo, seguindo a lógica do pensamento marxista, em uma sociedade de consumo, até mesmo produtos danosos à vida são inadvertidamente comercializados. Além disso, é fundamental ressaltar que, segundo Émile Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar. Por esse prisma, o consumo desenfreado de alimentos industrializados, que são pouco nutritivos e ricos em substâncias nocivos à saúde, com destaque para os produzidos pelas cadeias de ‘’fast food’, tal como mostrado no documentário citado, têm ganhado, de forma gradativamente intensa, espaço no cardápio da população brasileira. Prova disso é que, de acordo com o site El País, o Brasil é um dos países que mais consomem lanches rápidos no mundo. Destarte, tal constatação evidencia que o consumo desse tipo de comida é um fato e, dessa maneira, mecanismos que tenham o intuito de implantar alternativas mais saudáveis na dieta da população são necessários para que a segurança alimentar seja promovida. Assim, portanto, medidas que visem lutar contra o quadro apresentado são urgentes. Com esse fim, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve, por meio da internet, criar canais de denúncia para que os consumidores possam notificar ao órgão quanto à existência no mercado de produtos alimentícios que são impróprios para o consumo e, com isso, coibir a venda destes. Em conjunto, as instituições de ensino, com as secretarias estaduais e municipais de educação, devem criar novas práticas pedagógicas, como aulas práticas com profissionais da área da nutrição que simulem o ambiente de um supermercado com a intenção orientar os alunos quanto o modo mais indicado de se escolher os alimentos e também como criar e manter uma horta criando, dessa forma, alternativas aos produtos industrializados.. Logo, pouco a pouco, a segurança alimentar será uma realidade no Brasil.