Desde a criação de ferramentas, arados até a Revolução Industrial, o desenvolvimento de tecnologias segue o princípio de facilitação da vida humana. No século XXI, o advento da internet segue a mesma ideologia e cumpre seus objetivos, entretanto, seu ônus reside na transformação completa das relações interpessoais até então conhecidas. Predominante nos celulares, essa ferramenta tornou-se sinônimo de interação social e meio para a criação de uma falsa realidade e, assim, fomenta a perpetuação de um vício entre seus usuários. O sociólogo Durkheim propunha que os fatos sociais eram exteriores e independentes em relação aos homens, caracterizados como padrões impostos pela sociedade que agiriam de forma coercitiva sobre aqueles que não o seguissem como norma comportamental. Da mesma maneira atuam os celulares, uma vez que são ferramentas de inserção social a um mundo virtual em que, praticamente, todos fazem parte. Por isso, a adesão de adolescente é mais evidente, já que em formação identitária anseiam pelo pertencimento a um grupo social e renegam a exclusão e a solidão. Além disso, a era digital surge como algo fascinante para o indivíduo moderno, isso porque com ela, ele mantém realidades paralelas entre o mundo real e virtual, sendo que neste último a internet possibilita a transformação de sua via em uma verdadeira obra de arte. Assim, as pessoas expõem em redes sociais uma vida previamente editada cujos momentos especiais são generalizados como rotineiros. Nesse contexto, as pessoas vivem para as outras, mas não de forma altruísta e sim retirando de visualizações e comentários um sentido para sua suas vidas monótonas. Sendo assim, é necessário que as escolas públicas orientem pais e alunos, por meio de palestras e distribuição de cartilhas, sobre os malefícios do uso irrestrito de celulares para a formação intelectual das crianças para que haja conscientização da gravidade das consequências. Também cabe aos pais estimular regras de convivência familiar que pressuponham o abandono de celulares em espaços e momentos coletivos da família com a finalidade de manter concretas as relações familiares e diminuir a dependência eletrônica diária. Ademais, os jovens devem ser precocemente incentivados pelos pais à leitura para que criem senso crítico e sejam menos pro pensos à alienação.