É inquestionável que o brasileiro vive uma crise quanto à dependência das tecnologias em seu dia-a-dia, pois segundo a pesquisa da cientista brasileira Anna Lucia Spear King, 54% dos entrevistados sentem pavor ao perceberem que estão sem seu celular. Logo, sendo a nomofobia, doença psicológica que causa dependência às tecnologias, prejudicial ao desenvolvimento humano e à subsistência de suas relações sociais é mister sua elucidação no Brasil. É sabido que o mundo globalizado se tornou efetivamente real após a Terceira Revolução Industrial, mais conhecida como Técnico-científico-informacional, isso devido aos investimentos massivos de países desenvolvidos em tecnologia, sendo assim, todo o globo terrestre pode obter o desenvolvimento em setores como transportes, telecomunicações e em áreas de pesquisas biológicas e químicas, diante disso é indubitável sua importância econômica para o mundo. No entanto, o cientista renomado Albert Einstein predisse corretamente que a tecnologia iria superar a interação entre os humanos, o que de fato acontece hodiernamente, visto que o diálogo e o contato direto entre familiares, amigos e com a própria sociedade reduziu-se, constando assim uma transformação nas relações sociais, dessa forma, as mesmas ocorrem nas redes sociais e não na realidade. Outrossim, a modificação do homem é afetada psicologicamente, pois, segundo Zigmunt Bauman, sociólogo polonês, as redes sociais e a internet se constituem uma armadilha, pois balam a atenção, paciência e até a perseverança chegar ao conhecimento por meio próprio. Diante disso, vê-se na sociedade a ansiedade exacerbada, tornando-se necessário as respostas imediatas as suas mensagens, pesquisas prontas para suas dúvidas e um pessimismo quanto à saída da zona de conforto. Sendo a conjuntura atual inaceitável, pois a comunidade se torna apática a sua realidade, a exemplo disso, a série Black Mirror que é traduzida como espelho negro, uma referência as telas de celulares, retrata de forma crítica o uso indevido das tecnologias bem como as consequências para o homem em um futuro próximo, como a escravidão ao meios. Por fim, exposta a problemática fazem-se presentes medidas para conter tal imbróglio. É mister que o Governo Federal crie um programa nacional juntamente com o Sistema Único de Saúde(SUS), investindo em especializações de psiquiátras e psicólogos em síndromes causadas por tecnologias, afim de que a nomofobia possa ser tratada de forma adequada. Os órgãos supracitados devem também divulgar tal tratamento nas mídias televisivas e nas redes sociais, dessa forma, aqueles que se identificarem com os sintomas da síndrome possam buscar ajuda que necessitam. Não obstante, o Ministério da Educação deverá promover palestras nas escolas ministradas por psicólogos, com o intuito de instruir e criar alternativas para os adolescentes que são grandes vítimas de tal conjuntura e reduzindo assim a dependência deles por celulares. Portanto, utilizando os meios adequados, o espelho negro será meio de crescimento pessoal e social.