Título da redação:

Desconectar: uma necessidade contemporânea

Proposta: Como enfrentar o dilema da nomofobia no Brasil

Redação enviada em 09/09/2017

No filme “O jogo da imitação” (2014) é retratado a criação do computador durante a Segunda Guerra Mundial, o qual teria a finalidade de decifrar códigos secretos do inimigo. Já fora das telas, Mark Zuckerberg fez uso dessa inovação para a criação do Facebook, que viria se tornar a maior rede social da internet. Nesse sentido, é no universo das novas tecnologias de comunicação que o Brasil apresenta a problemática da nomofobia: o vício, ou, em última análise, o medo que grande parte da população utilizadora dos “smartphones” possui de ficar desconectado. Uma pesquisa de 2014 do Instituto Datafolha relata que mais de 62 milhões de brasileiros acessam a internet pelo celular. Tendo como principal alvo as redes sociais, esse número reflete o grande anseio da população para expor suas vidas com fotos e “snaps” da sua vida cotidiana ou dos momentos de glória. Alienados por um Sistema de Recompensa Cerebral (SRC), o qual é imprescindível para se obter prazer em atividades fundamentais para sobrevivência do homem como busca por alimento, sexo e abrigo, as pessoas fazem do “selfie” um meio para preencher o vazio interior. Dessa forma, transtornos psiquiátricos se tornam comuns nesses indivíduos, que passam a ter seus níveis de ansiedade aumentados, desenvolvem depressão, transtorno do sono e de pânico, além de acidentes automobilísticos causados pelo uso de telefone celular no trânsito. Entretanto, muitos problemas dificultam a resolução do impasse. A falta de controle dos pais ao acesso dos filhos a esses dispositivos tem propiciado uma dependência precoce, em que crianças estão cada vez mais substituindo sua vida social pela virtual, o que acarreta em um desenvolvimento social e afetivo inadequado. Além disso, os próprios pais, assim como a sociedade de modo geral, muitas vezes são dependentes de celular para realizar diversas atividades, como transações de banco, compras e trabalho, o que mitiga as consequências negativas do uso excessivo aos olhos do próprio usuário, uma vez que este esconde ou não tem consciência daquelas. Portanto, medidas são necessárias para combater o revés. Primeiramente, é preciso que o Ministério da Saúde em parceria com emissoras de TV aberta realizem campanhas alertando para os problemas de saúde decorrente do uso exacerbado do celular, dessa forma os pais estarão mais aptos a se policiarem e não negligenciarão o uso de tecnologia pelos filhos. Ademais, as escolas devem receber suporte do Ministério da Educação, através de programas educacionais que incentivem os jovens e crianças a substituir o digital por atividades socializadoras, além de mostrar o potencial da internet para estudos, pois, como já dito pelo escritor Gilberto Freyre, “Sem um fim social o saber será a maior das futilidades”.