O Programa Educacional de Resistência às Drogas (PROERD), implementado nas escolas brasileiras, tem como objetivo construir um mundo no qual jovens possam conduzir suas vidas livres do abuso de drogas, da violência e de outros comportamentos perigosos. Entretanto, as drogas lícitas interferem no sucesso desse programa, visto que houve um aumento significativo no consumo de bebidas alcóolicas, cigarros e medicamentos por adolescentes. Com efeito, é imprescindível identificar os fatores que contribuem com essa problemática, a fim de enfrentá-la. A princípio, nota-se a questão cultural como amplificadora do uso de drogas lícitas por púberes. Isso porque, segundo José Orteg, a cultura é uma dimensão constitutiva da existência humana logo, os mais jovens tendem a incorporar hábitos presentes no meio em que vivem. Dessa forma, a manifestação carnavalesca, por exemplo, em que milhares de pessoas se “afogam” deliberadamente no álcool e nicotina, quando frequentada pelos mais novos, permite, por influência, a aquisição do alcoolismo e tabagismo. Outrossim, sabe-se que a venda de drogas lícitas para menores de 18 anos é proibida, todavia isso não acontece na prática. Sobre isso, vigora, no Brasil, a ganância de muitos comerciantes que ignoram as restrições de certos produtos a determinadas faixas etárias. Dessa forma, muitos jovens conseguem facilmente consumir bebidas alcóolicas e cigarros em festas ou, em farmácias, adquirem medicamentos – como anabolizantes e ansiolíticos - que causam vícios e transtornos nocivos à saúde. Assim sendo, é indispensável a adoção de medidas capazes enfrentar o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes. Posto isso, cabe as famílias evitar a influência do consumo de drogas lícitas, mediante o corte da exposição de jovens a práticas que não são voltadas àquela faixa etária, bem como, no caso de exposição, alertar que as decisões de consumir álcool e cigarros só são permitidas apenas para maiores de 18 anos, no intuito de promover a reflexão sobre a desnecessariedade do consumo desses produtos. Ademais, é crucial que o Governo Federal fiscalize, mediante a formação e implementação de grupos treinados no território nacional, ambientes que comercializem drogas lícitas a adolescentes, aplicando multas aos que desrespeitam a proibição para menores de 18 anos, com o propósito de impedir o fácil acesso. Só assim, programas como o PROERD serão eficientes nos seus objetivos.