Para a Constituição brasileira, o cidadão menor de idade possui responsabilidade legal sobre seus atos e, por isso, é excluído de processor que, para a lei, envolvem maturidade, como o voto e o consumo de drogas lícitas. No último século, no entanto, a pressão para o amadurecimento precoce trouxe ao adolescente brasileiro um desejo de rebeldia que muitas vezes se manifesta no uso imprudente de drogas. Embora na adolescência seja natural se rebelar, a necessidade de pertencimento ao meio também explica o consumo excessivo de substâncias nocivas. A vontade de se provar “adulto” ou “corajoso” para os companheiros eclipsa facilmente as consequências de ações que, apesar de prejudiciais, trazem ao indivíduo um falso sentimento de independência. Consoante a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), do IBGE, o uso de álcool entre adolescentes brasileiros vem crescendo a níveis preocupantes. Conquanto a pesquisa não aponta causa, é possível associar seus resultados à taxa cada vez maior de depressão que se instala entre os jovens. A violência urbana e doméstica, pobreza institucionalizada e competitividade do mercado de trabalho são fatores que contribuem amplamente para o consumo voluntário e precoce de substâncias viciosas. Destarte, para diminuir o índice de consumo de drogas entre adolescentes, o Governo Federal deverá, por meio do Ministério da Educação e da Saúde, investir em aulas de psicologia a nível de Ensino Médio que auxiliem o adulto em formação a identificar e evitar comportamentos autodestrutivos, bem como deve, através de multas mais severas, tornar mais rígida a política de fiscalização de compra e venda de drogas lícitas. Só com um ato de caráter institucional é que se poderá, finalmente, sanar a crise social que afeta o país.