Segundo Sêneca, escritor romano, a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida. Analisando o pensamento e relacionando-o ao aumento do consumo de drogas lícitas pelos adolescentes brasileiros, percebe-se que a omissão do Estado e a tolerância das famílias atuam como propulsoras dessa problemática. Nesse sentido, convém uma análise das principais soluções desse impasse no país. Em primeiro instante, é relevante pautar que segundo a UNIFESP, 82% dos jovens provam substâncias psicoativas antes da maioridade. Sob essa conjuntura, nota-se que a ineficácia na aplicação da lei 13.106/15, que criminaliza a venda de bebida alcoólica para crianças e adolescentes, e a rara fiscalização da comercialização e propaganda corrobora a displicência e banalização por parte do Governo; uma vez que o marketing associa o álcool ao prazer, sucesso, beleza e poder. Dentro dessa lógica, é sensata a implementação de políticas públicas que visem restringir o horário de veiculação de propagandas de bebidas alcoólicas em meios midiáticos. Em segunda análise, faz-se necessário enfatizar que atualmente existe uma maior permissividade familiar, à ingestão e utilização de drogas lícitas, que há alguns anos. A vista de tal preceito, o conhecimento dos fatores pessoais, familiares e ambientais devem ser considerados ao avaliar o aumento da ingestão e utilização de entorpecentes. Nessa perspectiva, a frase de Sêneca mostra-se relevante quando observa-se que a formação educacional exige cautela, tendo em vista que está intrinsecamente relacionada ao meio em que vive. Posto isso, jovens no qual presenciam o consumo excessivo pelos pais no ambiente familiar tendem a naturalizar e reproduzir os padrões educacionais e sociais em que esta inserido. Desse modo, torna-se relevante a orientação sobre os danos à saúde corporal e alterações psicológicas causadas pelo uso das substâncias. Infere-se, portanto, que a morosidade estatal e a flexibilização dos familiares configuram-se como responsáveis pelo crescimento do consumo de substâncias psicoativas. Partindo desse pressuposto, a fim de solucionar essa problemática, faz-se pertinente a mobilização de agentes como o Estado. Nesse contexto, compete ao Ministério da educação a promoção de campanhas e palestras, com ênfase no público jovem, por meio da mídia com médicos e psicólogos altamente qualificados, no sentido de orientar os adolescentes a respeito dos riscos de acidentes e alterações no funcionamento físico e psíquico do usuário. Dessa forma, ao realizar as medidas supracitadas, a educação influenciará positivamente o tecido social.