O aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes é uma temática muito discutida entre os sociólogos. Isso deve ser analisado, entendido e enfrentado, uma vez que é na adolescência que se estabelecem hábitos para a vida toda. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: a baixa efetividade das leis no combate ao consumo precoce de drogas lícitas e o entendimento dos motivos que levam os jovens a fazer uso dessas substâncias. Em um primeiro viés, cabe ressaltar que, segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da lei, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. No entanto, essa lógica não tem sido aplicada no Brasil, pois apesar das restrições legais do acesso às drogas lícitas - como bebidas alcoólicas, remédios e anabolizantes - o consumo dessas substâncias, entre os jovens, vem aumentando substancialmente nos últimos anos. Assim, esse cenário corrobora a importância de entender e enfrentar o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes, na tentativa de reduzir os prejuízos sociais decorrentes dessa prática - como a imprudência no trânsito - e os danos ao organismo. Dessa forma, a baixa efetividade das leis no combate ao consumo desses produtos deve ser superada, tendo em vista a urgência de minimizar essa problemática. Em uma outra perspectiva, vale ressaltar que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), as principais razões para o uso pesado e frequente de drogas lícitas, com destaque às bebidas alcoólicas, são o prazer, a diversão e a ansiedade. Dessa maneira, é possível perceber que a precocidade e a regularidade no consumo dessas substâncias, na juventude, estão associadas a falsa percepção de que o prazer está atrelado ao uso dessas substâncias. Logo, o entendimento dos motivos que levam os jovens a fazer uso desses produtos é necessário para encontrar medidas que visam uma mudança nesse comportamento destrutivo. Diante do argumentado, infere-se, portanto, que os adolescentes são um grupo populacional muito vulnerável ao vício e necessitam de uma atenção especial. Destarte, o poder público - em esfera federal - deve enrijecer a legislação referente a comercialização de drogas lícitas por meio do aumento da taxação sobre esses produtos e do reforço da fiscalização nos estabelecimentos comerciais, com o intuito de atenuar a venda irregular dessas drogas. Nesse ínterim, a concretização dessas medidas vão ao encontro da ideia de equilíbrio apresentada por Aristóteles.