Segundo Sigmund Freud, médico fundador da Psicanálise, os eventos sofridos na puberdade, promovendo transformações psicológicas, estão correlacionados à formação do homem adulto. Nesse contexto, hodiernamente, a cultura de uso das drogas lícitas envolve um elevado número de jovens brasileiros, levando, por conseguinte, à constituição de uma sociedade fragilizada e com graves danos na saúde pública. A adolescência, descrita pelo filósofo Rousseau, é impulsionada pelos estímulos sensoriais que provocam, em cada jovem, uma disposição emocional. Logo, nesse sentido, verifica-se a utilização de entorpecentes como forma de alcançar uma falsa sensação de poder e euforia que, somadas à noção de invulnerabilidade cultivada na juventude, contribuem para formação de um futuro dependente químico. Consoante o IBGE aponta que quanto mais precoce é iniciado o consumo dessas substâncias, maior é a probabilidade do jovem se tornar um usuário ativo. Outrossim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o decorrente e inconsequente uso das drogas lícitas causam maiores danos à saúde pública do que a utilização das ilícitas, visto que o acesso as substâncias legalizadas é facilitado pela fraca fiscalização dos comércios, no caso de jovens menores de idade, e displicência dos pais ao não advertirem os filhos quanto as consequências do uso, que podem variar desde problemas cardiorrespiratórios ao desenvolvimento de um câncer. Além disso, o frequente consumo de drogas lícitas é comum nas confraternizações juvenis, como nas universitárias, que, comumente, levam vários jovens ao coma alcoólico e, em casos mais graves, à morte. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para conter o consumo excessivo das drogas lícitas pela juventude brasileira. O Ministério da Educação deve implantar nas escolas projetos que promovam palestras com ex-usuários de drogas, visando expor aos alunos as consequências enfrentadas por esses indivíduos, conscientizando-os sobre essa realidade. Ademais, atividades extraclasse, como visitas a centros de reabilitação, podem trazer aos jovens uma visão mais ampla das adversidades trazidas pelo uso dessas substâncias, fazendo com que os mesmos se afastem desse estilo de vida. Dessa forma, a base psicológica, proposta por Freud, será edificada a partir de valores éticos e morais que levarão à formação de uma sociedade consciente e saudável.