Título da redação:

Gole inocente

Proposta: Como enfrentar o aumento do consumo de drogas lícitas por adolescentes

Redação enviada em 27/06/2018

O artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe a venda e fornecimento de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos e garante punição a esses indivíduos. Entretanto, no cenário contemporâneo vigente, percebe-se que o jovem brasileiro consume níveis exacerbados de substâncias alcoólicas e nicóticas, seja pela glorificação dessa ferramenta social feita pela cultura popular ou pela lacuna educacional não preenchida pelos pais. Dessa forma, convém a análise desses fatores que interrompem o bem-estar infanto-juvenil e devem, portanto, ser combatidos veementemente. Observa-se, em primeira instância, o imenso papel que a cultura popular exerce na vida do jovem, o qual é influenciado diretamente pelo material produzido por celebridades e cantores. Muitas vezes, o conteúdo glorifica o consumo de drogas lícitas a fim de demonstrar uma atitude rebelde distinta dos padrões, o que é perfeito na visão do adolescente que busca essa mesma distinção. Prova disso é a pesquisa realizada na Unioeste do Paraná, que mostra que 85% das duplas sertanejas abordam a temática do álcool e que 70% dos jovens têm predileção pelo estilo sertanejo. Claro que nem todo ouvinte do estilo é alcoólatra, contudo é visível uma das possíveis vertentes do aumento desse consumo entre menores. Consoante a esse ponto, outro fator que propicia essa precocidade é a negligência parental. Segundo estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Pediatria, quase 40% dos adolescentes brasileiros experimentaram álcool pela primeira vez entre 12 e 13 anos, em casa, estimulados por familiares que já bebiam. Dessa forma, fica claro que o ingresso do jovem ao alcoolismo ocorre de maneira desleixada pela família, a qual, mais tarde, terá que lidar com as consequências dessas atitudes. É notório, portanto, que haja uma influência das correntes populares da sociedade e do conjunto familiar do menor, os quais motivam o consumo alcóolico. Para diminuir o efeito da problemática, urge a ação do Ministério da Educação e da família. O primeiro deve promover a reeducação do estudante brasileiro por meio de palestras e simpósios escolares ministrados por sociólogos, nos quais são expostos os malefícios da precocidade alcoólica e as consequências a longo prazo no organismo. À família cabe o diálogo focado nas situações individuais por meio de explicações lúdicas que enfatizem a gravidade do desrespeito às leis nacionais. Dessa forma, o bem-estar infanto-juvenil será respeitado e as leis do Estatuto da Criança e do Adolescente serão, finalmente, seguidas.