De acordo com o livro "Hitler e o Desarmamento", do escritor Stephen Halbrook, a política desarmamentista nazista contribuiu para a consolidação desse regime tirânico e para a perseguição dos judeus e outros opositores no contexto da Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, hodiernamente, a sociedade brasileira encontras-se em um dilema referente aos desafios impostos pela liberação do porte de arma, cujo contorno, em um período tão crítico, esbarra em questões como o conhecimento populacional sobre isso e o cumprimento da lei que pode entrar em vigor. Primeiramente, percebe-se que para a devida execução de uma norma é preciso que as pessoas estejam cientes de todo o seu conceito e seus objetivos. Relativo a isso, é inegável que para driblar essa ausência de informação que muitos brasileiros possuem é necessário promover a comunicação entre agentes legislativos e os cidadãos, a fim de desmistificar as impressões errôneas que há sobre esse tema. Além disso, é possível relacionar essa questão com a Teoria dos Ídolos, proposta por Francis Bacon, cujo objetivo era romper os "ídolos", que, na sua concepção filosófica, são falsas noções e preconceitos que dificultam a mente humana, e que podem impedir a realização de um bem, que, no assunto abordado, é a aplicação do decreto. Outrossim, segundo o Sistema Nacional de Armas (2015), 87% desses aparatos de segurança estavam nas mãos da populaça civil, mostrando que as regras não são respeitadas plenamente. Nesse viés, superar esse problema envolve o controle dos pontos de entrada de armas de fogo nas fronteiras do país, além da fiscalização das suas formas de obtenção. Aliado a essas ações, é imprescindível educar os civis sobre as pautas existentes, para que não formule-se neles a "síndrome de Deus", em que eles acreditam que podem fazer de tudo com esses objetos em mãos, inclusive cometer homicídio. Por isso, já dizia Nelson Mandela: "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." Sendo assim, sabendo-se que a Constituição Federal afirma que todos os cidadãos têm direito à vida, e que a permanência desses imbróglios comprometem o exercício desse direito, medidas são válidas para a mudança do cenário vigente. Para tanto, em um primeiro momento, é indispensável que o Poder Legislativo informe e esclareça esse novo projeto de lei por meio da promoção de propagandas em canais abertos de televisão, com o fito de que os brasileiros fiquem cientes de cada detalhe e contribuam para a sua correta execução. Ademais, cabe ao Governo Federal investir na criação de cursos de fiscalização mais aprofundados para os agentes de segurança pública e torná-los obrigatórios, com o objetivo de melhorar as vistorias e tornar o cumprimento da ordem algo alcançável. Desse modo, gradativamente, será possível não só driblar, como também findar esses impasses no Brasil.