As duas grandes guerras, ocorridas entre 1914 e 1945, tiveram como uma das consequências o aprimoramento das armas de fogo. Hoje, os revólveres são propriedade de uns e objeto de desejo de outros, mas não se pode esquecer de sua função primordial: tirar vidas. Dessa forma, a liberação do porte de armas pode aumentar ainda mais a violência, bem como a sensação de insegurança da população. Primeiramente, o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Nesse contexto, o aumento do número de pessoas armadas poderia gerar um crescimento na taxa de mortes banais, devido ao encorajamento gerado pelo porte de arma, associado à cultura de violência existente no Brasil. Como diria o cantor e compositor carioca, Bezerra da Silva: “Você com revólver na mão é um bicho feroz”. Assim, discussões de trânsito, brigas familiares ou desentendimentos com vizinhos poderiam contribuir para o crescimento das taxas de homicídio. Ademais, o medo constante de um possível tiroteio e a desconfiança no próximo, diminui a sensação de segurança. Em 2017, nos Estados Unidos, país com maior número de armas de fogo por habitante do mundo, houve um grande protesto de estudantes reivindicando mais controle na venda de armamentos, devidos a alta frequência de massacres por armas em escolas. No Brasil, também em 2017, um estudante goiano, filho de policiais militares, entrou na sala de aula e matou dois colegas a tiro e feriu outros três, motivado pela facilidade de acesso a arma dos pais. Logo, o armamento da população não é sinônimo de segurança. Fica evidente, portanto, que o armamento pode ser prejudicial à população. Assim, a fim de esclarecer a sociedade acerca dos riscos da arma de fogo, o Governo Federal deve investir em propagandas na televisão, rádio e internet demonstrando a possibilidade de letalidade em situações cotidianas, quando uma arma de fogo está no contexto. Além disso, o Ministério da Educação deve investir em materiais didáticos e na capacitação de professores para que sejam transmitidos nas escolas os ensinamentos da educação para a paz de Paulo Freire. Dessa forma, talvez, as armas de fogo deixem de ser objeto de desejo de civis.