Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Como driblar os desafios da liberação do porte de arma

Redação enviada em 25/09/2018

A liberação do porte de arma populacional é um tema de análise complexa, tendo, para muitos, o combate à violência urbana como um de seus equívocos impulsionadores. É necessário aferir, entretanto, até que ponto tão somente justificativas como essa validam tal processo, tendo em vista o paradoxal sentimento de proteção presente em uma população armada. Observa-se, desde as mais remotas civilizações, que o homem é lobo do próprio homem, ou seja, para Hobbes, o individualismo dos seres humanos os compele a viver em constante estado de guerra. Nesse sentido, a violência, ou o aumento dela, não tem como seu principal fator o uso da arma de fogo, e sim a desigualdade social em que o indivíduo se encontra, estimulando, assim, o sentimento de segregação entre classes sociais, e, por conseguinte, o individualismo desses grupos. Além do mais, países em que a legalização de arma aparenta ser uma realidade positiva apresentam elevados índices de desenvolvimento humano, além de uma uniforme distribuição de renda. Isso porque, as boas condições de vida oferecidas em locais como esses ocasionam um baixo contraste entre as classes sociais, e na efetiva diminuição da violência. Aliado a isso, existe o falso sentimento de proteção em uma sociedade potencialmente armada, quando deve se pensar, justamente, o contrário. Nessa perspectiva, sociedades desiguais, com o virtual armamento de sua população, acabariam gerando grande tensão em qualquer relação social, visto que o uso deliberado desses recursos seria justificado pela segregação e disparidade entre os mais diversos grupos sociais; além da própria natureza violenta do homem. Situações como essa ocorrem em países africanos e do Oriente Médio, onde os recorrentes conflitos ideológicos e políticos validam a proporção de até 55 armas para cada 100 habitantes. Pondo em xeque o ilusório sentimento de que um país armado é mais seguro, já que esses são os locais onde a principal relação social denomina-se violência. Dessa forma, evidencia-se que o armamento de uma população desigual é mais prejudicial que benéfico, podendo gerar, dessa maneira, ainda mais hostilidade, contrariando a sua principal justificativa, sendo essa o próprio combate à violência. Portanto, é responsabilidade do Governo Federal enrijecer as medidas contra a entrada ilegal de armas, no país, por meio da intensificação de forças tarefas nas fronteiras, visando um efetivo combate ao tráfico de armas. Assim, espera-se que tanto criminosos como cidadãos não tenham acesso a esse tipo de recurso, amenizando uma das principais causas de violência em países subdesenvolvidos: o uso de arma de fogo.