Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. Entretanto, quando se observa a questão da liberação do porte de armas no brasil, percebe-se que esse ideal é verificado na teoria e não na prática e a problemática persiste ligada a realidade do país, seja pela insuficiência da estrutura especializada nesse setor, seja pela lenta mudança de mentalidade social. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causa do problema. De acordo com Thomas Hobbs, a intervenção estatal é necessária como forma de garantir o equilíbrio social, por meio da justiça. De maneira análoga, é possível perceber que embora o porte de armas seja aceito apenas por autoridades do Estado, o tráfico ilegal desta permite que pessoas civis tenham o acesso a ela, fazendo com que o Brasil ocupe o nono lugar no ranking de países com o maior número de armas de fogo, chegando a 15 milhões de armas nas mãos de cidadãos comuns. Porém, apesar de caótica, essa situação é mutável. Outro ponto relevante, nessa temática, é o conceito de modernidade líquida defendido pelo sociólogo Zygmunt Bouman, onde expõe que o individualismo é uma das principais características da sociedade contemporânea, e, consequentemente, parcela da população tende a ser incapaz de se mobilizar com o problema do outro. Nessa perspectiva, o indivíduo, e por conseguinte, o poder público ao estarem imersos nesse panorama líquido acabam por perpetuar o uso de armas de fogo, corroborando para o aumento da taxa de homicídios, chegando a 42 mil no senso de 2015. Nesse sentido, cabe a sociedade civil mobilizar a população com a finalidade de lutar contra esse problema no país. Diante do exposto, torna-se evidente a mudança dessa realidade. Logo, o Governo Federal deve investir em projetos para a criação de novas leis que tenham o intuito de aumentar a burocracia na hora da compra do porte de armas, além de investir em rigorosas fiscalizações, para que haja diminuição de armas, ilegais ou não. no país. Ademais, o poder público, juntamente com a mídia, devem investir no programa de desarmamento, promovendo campanhas para que a o população tome conhecimento dos problemas que a arma pode conter e estimulem a renuncia desta. Por consequência, esse fato social será gradativamente minimizado no país.