Título da redação:

O homem não tão cordial

Tema de redação: Como driblar os desafios da liberação do porte de arma

Redação enviada em 12/02/2018

Há muito tempo as mortes por arma de fogo são um problema no Brasil: o homicídio de João Pessoa foi um crime passional, ocasionado por um tiro, que marcou a nossa história. Diante disso, a liberação do porte de arma torna-se um desafio, tendo em vista a nossa emotividade e violência já presentes em nossa cultura. O sociólogo Sérgio Buarque de Holanda define o brasileiro como "Homem Cordial", a definição se dá, segundo o sociólogo, pois o povo brasileiro coloca o sentimento acima da razão, a intimidade acima das regras impessoais. Isto posto, a liberação do porte de arma poderá causar diversos problemas na conjuntura social, como o aumento de homicídios passionais, suicídios e acidentes. Desse modo, o porte de arma deve ser extremamente dificultado; exames psicológicos, de personalidade e certidões de antecedentes devem ser obrigatórios para quem quiser andar na rua com uma arma de fogo. Concomitantemente, além de suas raízes culturais não serem apropriadas para a liberação extensiva de armas, vê-se que, mesmo com poucas armas por habitantes, o Brasil já possui altíssimo número de mortes. Prova disso é a pesquisa feita pelo Mapa da Violência de 2015, que afirma que em 8 anos, mais de 160mil mortes foram evitadas em virtude da política de controle de armas. Porém, caso o porte seja liberado, é dever do Governo Federal aumentar o controle sobre as armas não legalizadas, oferecendo oportunidades para os possuidores cadastrarem-nas na Polícia Federal, com o objetivo de aumentar a ação do Estado na punibilidade de infrações decorrentes de seu uso. Fica claro, portanto, que a liberação do porte armas é um desafio, porém pode ser mais dificultado e fiscalizado. Logo, o Governo Federal deve criar um órgão anexo à Polícia Federal, que tenha como única função o controle e cadastramento de armas de fogo. Por outro lado, indivíduos influentes como atores ou pessoas notáveis devem influenciar a população, por meio de campanhas publicitárias na tevê, a não comprar armas, mostrando argumentos e dados estatísticos de países com baixa violência e baixo número de armas. Desse modo, o Estado comedirá o homem cordial que ainda tenha interesse em adquirir uma arma de fogo.