Uma das questões que recorrentemente retorna a fazer parte dos debates cotidianos no Brasil é o porte de armas de fogo. Pouco mais de uma década após o estabelecimento do Estatuto do Desarmamento, é retomado no Congresso uma proposta de lei que pode simplificar a comercialização de tais instrumentos.] Há análises sérias sobre a compra e porte de armas. De um lado tem aqueles que declaram esse projeto uma evolução para a sociedade, pois restitui ao cidadão a garantia de defesa e confiam que a liberação irá baixar a criminalidade já que os criminosos terão medo de a vítima estar armada e resistir ao crime. Contudo, recentemente circulou na mídia a notícia de um policial militar que foi surpreendido por dois bandidos em um momento de lazer. O policial tirou a arma para se defender, porém foi baleado e veio a óbito. Até 2003, era permitido no Brasil, facilmente, comprar e andar armado em áreas públicas com uma pistola ou revólver. Na ditadura militar tal simplicidade fez multiplicar cerca de 7 vezes mais a taxa de homicídios. O Estatuto do Desarmamento nasceu para tentar diminuir esses índices, impedindo a aquisição pelos carecidos de boas intenções, ou de condições racionais mínimas de uso. Obviamente, a autodefesa é um direito do ser humano, mas sem a devida organização, assassinatos desnecessários continuarão havendo por motivos insignificantes. Nessa perspectiva, o controle do país deve ter como exemplo a fiscalização do Japão, que tem uma das mais baixas taxas de crimes por armas de fogo, visto que tem um dos controles mais rigorosos de venda de armas. Além dos exames psicológicos é preciso uma prova prática e escrita e a cada três anos é necessário renovar a autorização, repetindo o procedimento. Se até mesmo militares treinados morrem reagindo, de que maneira o cidadão sem prática pode estar seguro?