A insegurança é uma sensação caracterizada pela ausência de recursos suficientes, sejam eles emocionais ou materiais, para o desenvolvimento pleno de um indivíduo ou grupo. Em meio a um cenário de fragilidade social e econômica, esse sentimento tende a tomar cada vez mais espaço na sociedade, fazendo com que os civis busquem meios alternativos para a autoproteção, como o uso de armas de fogo. Segundo o Mapa da Violência de 2015, existem cerca de 15,2 milhões de armamentos bélicos nas mãos dos brasileiros, evidenciando a falência do controle social promovido pelo Estado. Dentre os fatores que colaboram para a disseminação desse fenômeno, pode-se destacar a fragilidade econômico-social enfrentada pelo público da nação e a popularização de indivíduos que apoiem o uso de armas pela população. Com isso, percebe-se que a liberalidade no uso de instrumentos defensivos é um dilema no território brasileiro, necessitando-se de medidas que o resolvam de modo eficaz. Durante a década de 1980, conhecida como " A Década Perdida", o regresso econômico e a alta do processo inflacionário contribuíram para disseminar o medo entre os cidadãos, elevando a taxa de criminalidade e outras problemáticas ocorridas no Brasil. Analogamente, a condição caótica enfrentada ao longo dos últimos anos tem contribuído para o aumento do desemprego, miséria, fome e, consequentemente, dos índices de violência no país. Nesse ambiente conturbado, a quantidade de pessoas que buscam enfrentar e combater os numerosos meliantes aumentou exponencialmente, respaldando Flávio Testa, especialista em segurança pública, quando afirma que o cidadão pede porte de arma para proteção pessoal. Diante disso, observa-se que a situação enfrentada nas cidades brasileiras contribuem para a ampliação do número de simpatizantes da liberação irrestrita dos objetos armamentistas. Além disso, o compartilhamento de posições favoráveis à democratização do uso de armas por parte de personalidades públicas e líderes políticos vem contribuindo para difundir a aceitação entre os populares. No âmbito político, o deputado Jair Bolsonaro tem buscado defender a legalidade do uso de armas pelo público brasileiro, contando com o apoio de um crescente número de seguidores fanáticos. Ademais, o meio artístico também se expressou, abrindo espaço para que Gusttavo Lima, cantor sertanejo de destaque, manifestasse a sua simpatia para com a liberação do porte de arma. Dessa forma, constata-se que os seguidores de figuras públicas estão sendo influenciados a aceitar o uso de armas sem questionamentos, desconhecendo as reais consequências dessa atitude. Depreende-se, portanto, que o uso indiscriminado de armas pela população brasileira é uma problemática, exigindo que projetos sejam elaborados para solucionar essa questão de maneira eficaz. Em um primeiro momento, é de fundamental importância que o Governo Federal promova pesquisas periódicas para localizar os espaços com os maiores índices de violência, afim de promover a construção de departamentos policiais e monitoramento adequado dos locais com maior incidência de crimes. Dessa maneira, o número de atitudes criminosas diminuirá, contribuindo para o aumento da segurança da população e confiança nos governantes. Outrossim, é de fundamental importância que a mídia brasileira e as instituições pró-desarmamento promovam campanhas nas redes sociais e manifestações públicas que apontem os malefícios da liberação do porte de armas no Brasil. Com essa medida, haverá formação de ideias apropriadas na mentalidade dos civis e discordância quanto à atitude liberal discutida. Aplicando essa proposta, a democratização do porte de armas será evitado, deixando que apenas indivíduos autorizados e com capacidade físico-mental utilizem esses objetos mortais.