A fragmentação da sociedade em classes impede a garantia de direitos a uma parcela significativa de pessoas. Por isso, as mazelas sociais são tão comuns em lugares onde predomina esse modo de estratificação. Trata-se de um processo histórico de jogo de poder que relaciona bens materiais com caráter, além de contribuir para gerar a clássica desigualdade social. Assim, a exploração moldada antes e depois da vinda da Família Real Portuguesa ou durante a República Café com Leite está presente na atualidade de outra forma. Não é porque deixaram de existir- pelo menos na teoria- a oligarquia e a monarquia que a sociedade desfruta os direitos estabelecidos em uma constituição. Na verdade, a divisão em classes possibilita a autonomia e humilhação de um grupo em relação a outro por causa de questões financeiras. É uma ideia historicamente construída. Afinal, durante a formação dos países latinos, por exemplo, só era digno de respeito quem pertencia às camadas mais altas. Isso não mudou, pois o privilégio aos ricos fica explícito quando o imposto cobrado a um milionário e a um pai de família miserável é o mesmo. Como consequência, têm-se pessoas famintas, usuários e traficantes de drogas, favelas, mendigos, corrupção e outros males sociais. Decerto, esta parece ser a prerrogativa da divisão de classes: o sofrimento de alguns para o benefício de uma minoria. Infelizmente, é o que acontece. Famílias e crianças carentes do mundo inteiro são prejudicadas por causa da conta bancária e da arrogância de indivíduos considerados superiores. O pior é tal ideia também ser aplicada moralmente, pois a maioria das pessoas é valorizada pelo seu poder financeiro e não pelo caráter. Em suma, é dever do Estado garantir os direitos de todos, independente de sua condição social. Para isso, as ONGs devem atuar na diminuição das desigualdades sociais, combatendo a concentração de terras e a corrupção. Também é necessária a atuação da família e escola a fim de ensinar crianças e jovens a respeitar quem tem dignidade e humildade além de dinheiro. Enfim, leis que atendam às necessidades de bairros e populações pobres são essenciais para atenuar a divisão de classes escancarada.