Título da redação:

Classes sociais: a coexistência precisa ser pacífica.

Tema de redação: Classe social: a estrutura para a estabilidade econômica e política de um país.

Redação enviada em 04/07/2015

Assim que as aldeias dos primeiros seres humanos começaram a crescer de modo exponencial, as demarcações de propriedade fizeram-se necessárias e as diferenças socioeconômicas começaram a aparecer. Embora estejam demasiadamente aprofundadas hoje, causando inúmeras injustiças, as classes sociais não são intrinsecamente más, tampouco devem ser extintas. Elas são, antes de tudo, marcas das discrepâncias naturais entre os indivíduos, em questões como talentos e habilidades. Os russos, após a Revolução Bolchevique de 1917, conheceram de perto os impasses de uma sociedade igualitária. Nas fazendas coletivas, implantadas com a finalidade de aniquilar as classes sociais, milhões de pessoas morreram vítimas da fome em poucos anos - semelhante mortalidade a alguns períodos da história africana. É evidente, pois, que acabar com toda e qualquer classe social não é a solução. De acordo com o filósofo inglês John Locke, a propriedade privada, embora origine diferenças, é um direito natural do homem e deve ser resguardado. Para Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia moderna, os indivíduos, mesmo diferentes, são complementares. As classes sociais devem, por conseguinte, ser administradas visando ao bem comum e à justiça no âmbito da interdependência. Assim, para criar uma cultura de paz social que se opõe à luta de classes, deve-se incentivar o apoio mútuo entre trabalhadores e empresários - tarefa delegada ao governo, que poderia reduzir a carga tributária sobre as empresas e premiar aquelas que mais repassarem recursos aos seus funcionários. Evidentemente, uma sociedade com menos antagonismos e menos revanchismos também depende do compartilhamento de responsabilidades entre escola e família. Ambas devem ensinar as crianças e jovens a conviver positivamente com as diferenças sociais e econômicas, provando que a existência de pessoas mais ricas que outras, em comparação com uma sociedade radicalmente igualitária, é um mal menor.