Sempre houve e sempre haverá divisões sociais. Foi assim na Grécia Clássica e sua democracia, na Roma antiga, dividida entre patrícios, plebeus e escravos; também na Idade Média feudal e sua estrutura estamental e é assim na atualidade. Uma das diferenças das sociedades antigas para as atuais é a possibilidade de ascensão. Mas o que dos tempos passados para o atual modelo capitalista? Segundo Karl Marx, a classe dominante faz uso da ideologia, dissimulando as aparências e impedindo a consciência do explorado. Dessa forma, introduz no trabalhador a culpa por sua condição. Sendo assim, como na sociedade feudal, que usava de explicações religiosas para iludir e alienar seus cidadãos a fim de que aceitem suas condições econômicas, a sociedade atual também ludibria a classe com menos bens, oferecendo, diferentemente dos senhores feudais, a possibilidade de ascensão em troca de sua mão de obra. Entretanto, a possível ascendência, apesar de não ser impossível, não é tão fácil como é apresentada. O próprio Estado, enquanto instituição protetora do sistema capitalista colabora para tal, visto que protege antes de tudo a propriedade privada e o sistema em si. Embora se apresente como um sistema a serviço de todos. Dessa maneira, ressalta ainda mais a desigualdade entre classes e, por conseguinte, acarreta em mais violência e criminalidade. É evidente, portanto, que o Estado deve parar de agir em prol de uma minoria abastada e pensar no país como um todo a fim de atenuar o contraste entre as classes sociais. Mesmo que não seja possível acabar inteiramente com a desigualdade, medidas públicas, como investir na educação de qualidade para todos, aumentar as oportunidades de emprego e implantar ainda mais programas sociais, podem amenizar seus efeitos e proporcionar um país mais igualitário, justo e democrático.