Título da redação:

Base larga, poder pequeno

Proposta: Classe social: a estrutura para a estabilidade econômica e política de um país.

Redação enviada em 02/09/2015

Ao estudar povos antigos no ensino fundamental, é comum adotar a representação da estrutura social por pirâmide, na qual uma base larga, representada por trabalhadores, sustenta um topo, que governa a população. Atualmente, apesar da disseminação de ideais de igualdade, o esquema citado poderia ser aplicado na divisão de classes sociais. Nesse aspecto, destacam-se a necessidade dos que produzem e dos que comandam - para que ocorra a produção de bens -, o que gera desigualdades, assim como um determinismo social implícito, haja vista a dificuldade de mudança de vida no Brasil. É inegável que, em uma sociedade capitalista, haverá aqueles que detém os meios de produção e, logo, possuem maior capital. Todavia, vale ressaltar que esse ganho vai de encontro aos salários dos trabalhadores. Segundo o IBGE, no Brasil, menos de 10% da população detém quase a metade das riquezas geradas no país. Tal índice de desigualdade evidencia o lucro enorme das empresas, enquanto a população ganha pequenos salários e, assim, não pode investir em sua educação e melhora na qualidade de vida. Convém ressaltar, ainda, a dificuldade da mudança de classe nesse atual sistema. Isso porque o ensino público é de pouca qualidade e, sendo assim, alunos tornam-se desinteressados em aprender, acarretando uma defasagem no ensino superior e, consequentemente, diminuindo as chances de se obter um bom emprego e ascensão social. Além disso, o oligopólio nos diversos setores comerciais dificultam o surgimento de novas empresas, impecilhos causados por cartéis ou por apoio midiático às grandes empresas. Vê-se, portanto, que mesmo com a necessidade da divisão de classes, a diferença entre essas é grande, e a possibilidade de ascensão, pequena. Para mudar tal conjuntura, é imprescindível a atuação do governo na diminuição das desigualdades, por meio de subsídios que permitam aos pequenas empresas se tornarem mais concorrentes, bem como pelo investimento em qualificação profissional. Desse modo, a base da pirâmide social brasileira tenha um poder mais equiparado a sua largura.