O Brasil é um dos países com maior desigualdade social do mundo, resultante de séculos de exploração colonial e de políticas ineficientes, ou até mesmo inexistentes, para mudar essa realidade. Isto implica no atual quadro de violência existente em nosso país e na luta de classes, esta simbolizada por movimentos sociais radicais, como por exemplo, o MST. A desigualdade social é um problema para a democracia, para a estabilidade econômica e política de um país. Se os indivíduos participantes da sociedade não possuem um mínimo possível de igualdade entre si (já que igualdade absoluta é praticamente impossível), as classes sociais mais privilegiadas tendem a ter maior poder sobre as inferiores, o que acarreta em prejuízos à democracia, pois, em tais condições, não há um exercício pleno e igualitário da cidadania e nem de acesso ao poder, o que gera conflitos, violência, instabilidade política, social e econômica. O coronelismo no Nordeste e o golpe militar de 1964 são alguns dos vários exemplos de como a desigualdade social e a luta entre as classes têm marcado a história do Brasil. Além do mais, a diferença entre as classes sociais também acarreta em diferença de acesso à educação e ao conhecimento, já que os mais ricos têm melhor acesso à educação de qualidade e melhor instrução, enquanto que os mais pobres, muitas vezes, nem sequer conseguem concluir seus estudos. Isto tudo, além de provocar a perpetuação das diferenças exorbitantes entre as classes sociais, pois, com baixa instrução somente é possível conseguir subempregos ou empregos de baixa remuneração, faz com que os indivíduos de classes sociais baixas não compreendam os meios pelos quais podem buscar os seus direitos, buscando-os, muitas vezes, por meios ilegítimos como o conflito e a violência. A resolução do problema da desigualdade social no Brasil se dá com investimentos econômicos, geração de empregos, mas sobretudo com capacitação e melhora das condições do sistema público de ensino e um melhor acesso dos indivíduos de baixa renda à educação de qualidade, além de políticas de redistribuição de renda. Somente é possivel haver democracia com igualdade social e educação. Cabe ao governo, que se diz democrático, buscar essa igualdade social e a melhora da educação, e cabe à sociedade pressionar o governo para que faça sua parte e tenha zelo pela democracia. Nenhum país do mundo consegue se desenvolver com base em uma única classe social, os mais ricos detêm os meios de produção, os mais pobres a força de trabalho, ambos se complementam, e são igualmente importantes para o desenvolvimento de uma nação, contanto que não haja diferenças tão acentuadas ou a sensação de opressão de um em relação ao outro, caso contrário, instala-se a instabilidade econômica e política.