A estruturação dos grupos sociais é, de praxe, utilizado para explicar o capitalismo e as relações que acontecem nesse sistema econômico. De tal forma, é também a expressão e simultaneamente o cultivo do fluxo materialista do capital, determinando diferentes aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais. Essas características se tornaram ainda mais intensas com o advento da sociedade pós-moderna —dotada de novas nuances como o consumismo e a obsolescência programada— e é difícil encontrar um equilíbrio nesse processo. O sociólogo Karl Marx, ainda no século XIX, atribuía ao paradoxo das classes à condição de existência do capitalismo. Assim, é convincente classificar as desigualdades inerentes a atual sociedade como fruto do entrave entre os detentores e os não possuidores dos meios de produção. Esse processo cria, segundo o próprio Marx, o fenômeno da reificação do homem, no qual, tudo passa a ser sinônimo de mercadoria, até mesmo as relações interpessoais tornam-se objeto e objetivo do capital. Tal atribulação, é o cerne para a criação de contradições entre os estratos como a pobreza, a miséria, os privilégios políticos e a discriminação cultural. Essa falta de equilíbrio se acentua na sociedade pós-moderna por conta das novas configurações: o consumismo, as tecnologias e os problemas ambientais. O sociólogo Zygmunt Baumman denomina esse cenário de "Modernidade Líquida", no qual não se valoriza o permanente, mas sim, o temporário e o prazer está na exposição. Dessa forma, é perceptível que o poder, a riqueza e o prestígio tornaram-se expoentes da pirâmide de classes e podem servir de objeto de compreensão das disparidades. Percebe-se, portanto, que a relação entre política e economia está estritamente ligada as classes sociais e é um dos fatores que determinam a estabilidade de uma sociedade. Para diminuir as desigualdades, é preciso que o Estado desenvolva políticas sociais e de distribuição de renda, focando em regiões com expressivas irregularidades. Ainda assim, poderia ser implementado, no Brasil, um regime efetivo de reforma agrária. Para mais, é essencial que nas escolas seja atribuído a sociologia e a ciência política como disciplinas, assim as crianças enxergariam o contexto de alienação e exploração ao qual está inserida as classes sociais e poderiam propor novas intervenções.