A consolidação de uma estrutura social é o resultado de um longo período de transformações nas relações humanas com a finalidade de tentar manipular um determinado grupo do qual se deseja obter algo. Tal fato levou filósofos, sociólogos e economistas a refletirem acerca dos interesses envolvidos em tais transformações, como Karl Marx e Jean Jaques Rousseau. O primeiro conceito a ser abordado é o de propriedade privada, que nos remete a ideia da posse de um bem a um indivíduo específico. Desde o seu surgimento a posse de bens indicava o quão influente era o possuidor, de tal forma que quem não os possuíssem não poderia ter os mesmos benefícios que os grandes proprietários. Esta ideia entra na idade média formulando a relação entre Senhor e Servo que após a revolução industrial seria substituída pela relação entre Burguesia e proletariado, na qual o primeiro é detentor dos meios de produção e o segundo da mão de obra, que seria dada em troca de um salário. O fato é que esta relação entre Burguesia e proletariado não se limitava apenas no campo funcional, mas exercia influência nos direitos civis, na produção cultural e na liberdade de pensamento. Essa estrutura foi sendo moldada até chegar nos padrões que conhecemos hoje, a relação entre empregador e funcionário. Segundo Rousseau o home nasce livre, mas se aprisiona ao longo da vida, podemos então inferir que hoje o homem é aprisionado pela necessidade e pelo consumo, onde o mesmo é levado a desfazer-se da sua dignidade e ajudar a manter um processo de construção social onde ele será marginalizado, pois o único valor que pode torna-lo digno para a sociedade atual é o que ele pode possuir e não o que ele é. Para sustentar esta estrutura o homem é colocado em uma situação onde ele não poderá parar para refletir nos conceitos de justiça e igualdade, pois ele é separado de tudo o que produz e não tem acesso aos serviços básicos que o seu trabalho proporciona, como saúde e educação de qualidade, enquanto poucos usufruirão dos direitos e benefícios que emanam do trabalhador, criando desta maneira um abismo entre classes, o qual intitulamos desigualdade social. Para Marx, esta separação é denominada “mais-valia”, ele defendia uma revolução na estrutura social e a reformulação desta nos moldes da igualdade entre os indivíduos que a compõe, Portanto, para diminuirmos a desigualdade social devemos lutar pela manutenção dos direitos trabalhistas que foram sendo conquistados a partir do governo Vargas, devemos também permitir ao trabalhador que ele tenha, assim como seus filhos, acesso à educação e saúde de qualidade, assim como acesso à cultura, que nos últimos anos vem sendo ampliado com programas como o “Vale Cultura”. Não podemos permitir que a nossa sociedade regrida no que diz respeito as conquistas sociais e trabalhistas, somente por meio da inclusão social conseguiremos mudar o quadro histórico da desigualdade em nosso país.