Título da redação:

A ciência do suficiente

Tema de redação: Classe social: a estrutura para a estabilidade econômica e política de um país.

Redação enviada em 05/07/2015

Karl Marx teorizou que a história da humanidade é marcada por contrastes entre opressores e oprimidos, observando os diversos métodos de produção e analisando os fatos históricos sob uma ótima economicista. É certo que em diversos momentos da história existia uma nítida separação entre os opressores, com seus privilégios, e os oprimidos, que eram subjugados e não possuíam direitos devido ao seu status, o que remete à situação da sociedade pré-Revolução Francesa. Entretanto, hoje, após um complexo reordenamento social, econômico e político, principalmente após a Revolução Industrial, as classes sociais se tornaram uma divisão menos absurda no quesito político e mais marcantes restritamente no quesito econômico, embora ainda moralmente questionáveis. A questão das classes sociais se trata quase integralmente de uma questão de caráter economicista com grande teor técnico e acadêmico. Não é possível analisá-las totalmente sob uma simples ótica filosófica ou moral. A economia é uma ciência que possui suas teorias, conceitos matemáticos, leis, pesquisas, dados etc. A partir disso, o conhecimento econômico determina que é impossível que a população de diversos países viva em condições dignas e igualitárias, pois não há recursos o suficiente para atender as necessidades (e os luxos) de todos. Caso seja possível um quadro de igualdade econômica, todos teriam em comum uma situação econômica precária e insuficiente. Ou seja, existiria uma igualdade de pobreza. Entretanto, ainda que seja assim, aqueles que se encontram numa situação de pobreza não devem aceitar sua situação. Elas não devem lutar por igualdade econômica e pelo fim das classes sociais, mas sim por justiça social. A grande questão é dar enfoque às condições de vida da população de baixa renda e tornar o pobre aquele que simplesmente não é rico, extinguindo a situação de miserabilidade. O filósofo Harry Frankfurt defende o “suficientarianismo”, que basicamente diz que o problema não é a desigualdade de distribuição de bens, mas que alguns não tenham renda suficiente para satisfazerem suas necessidades essenciais. Depreende-se, portanto, que a existência de classes econômicas é uma realidade complexa. Com o auxílio do governo, é necessário implementar políticas e programas de justiça social. Medidas como a diminuição do imposto sobre o consumo e políticas eficiente de combate à inflação, que afeta proporcionalmente mais os pobres, seriam alternativas. Além disso implementar o sistema de imposto negativo, no qual as pessoas que ganhassem abaixo de determinado nível de renda, ao invés de pagar imposto de renda elas receberiam dinheiro do governo.