Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 19/10/2016

Durante a Segunda Guerra Mundial, Alan Turing, um exímio matemático, criou o que é, por muitos, considerado o primeiro computador do mundo, com o objetivo de decifrar códigos nazistas. Hoje, mais de meio século depois, essa tecnologia está presente em quase todos os lares brasileiros, sendo uma importante ferramenta de luta a favor de causas sociais. Entretanto, caso o ativismo social se restrinja à tela de um computador, os objetivos esperados podem não ser atingidos. É indubitável o fato de que a utilização da internet tem trazido diversos benefícios às atuais gerações, visto que traz inúmeras facilidades, como a possibilidade de organização de pessoas em torno de uma causa social em comum. Como exemplo, é possível citar as manifestações brasileiras em 2013, que foram ordenadas por meio das redes sociais e tinham a redução das tarifas do transporte coletivo como objetivo inicial. Ademais, a internet também facilitou a organização de muitas das revoltas da Primavera Árabe, iniciada em 2011. Por fim, muitas ONGs utilizam sites para promover suas causas, como o Greenpeace, que, atualmente, utiliza sua página na internet para recolher assinaturas, com o objetivo da criação de um santuário das baleias. Todavia, em grande parte das vezes, a luta permanece restrita às manifestações “online”, de forma que a internet não é utilizada apenas como uma ferramenta, mas como meio final para a luta em torno de um objetivo. Durante a atual crise brasileira, por exemplo, muitas pessoas utilizam as redes sociais para expressar suas opiniões e revoltas, como no episódio em que um “emocion” vomitando invadiu as páginas de apoio ao atual presidente Temer. Um estudo Norte Americano revelou que o ciberativismo pode provocar a sensação de “dever cumprido”, resultando na ausência de atitudes concretas que poderiam chegar, com efeito, ao resultado esperado. Logo, o ciberativismo pode provocar o contentamento e impedir que as pessoas se engajem de fato na resolução do problema social. Portanto, medidas são necessárias para resolver o problema do falso ativismo. Segundo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, é necessário que os professores das escolas e universidades levem esse problema às salas de aula, promovendo a discussão acerca das atitudes concretas que podem ser realizadas para se atingir uma causa social. Além disso, as próprios sites e páginas das redes sociais devem esclarecer aos seus usuários que o objetivo final somente será atingido caso não esteja restrito à internet. Somente assim, o indivíduo aprenderá a exercer de fato o seu direito de cidadania.