Título da redação:

Modernidade líquida

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 29/07/2016

A onda de protestos que eclodiu no mundo árabe em 2011, teve como base para a sua consolidação, as redes sociais. Outrossim, não é necessário ir muito longe para perceber a influência e o poder da internet como fonte de mudanças: as manifestações ocorridas em 2013, no Brasil, ilustram claramente esse quadro. No entanto, paralelo a isso, com o advento do ciberativismo, surge a falsa imagem de engajamento provocada pelo botão "curtir". O caráter ilimitado do ambiente virtual, somado ao alcance das redes sociais, é capaz de induzir desde uma reflexão, à queda de um governante. A hashtag "meu primeiro assédio", que circulou no Twitter em 2015, colocou em pauta a cultura do abuso no Brasil, dando voz e vez aos internautas, que ganharam espaço para relatarem seus casos de assédio, com o objetivo de promover a sensibilização e chamar a atenção para a temática. Desse modo, é evidente a importância das redes sociais, na reivindicação de mudanças. Zygmunt Bauman, em seu livro "modernidade líquida"m faz referência à volatilidade das relações interpessoais e ao poder do agora. Nesse panorama, as redes sociais trazem a sensação de dever cumprido, sem fazer muito esforço. Ao simples "clique" do botão "compartilhar", o indivíduo é tomado pelo falso engajamento, tornando-se inerte e inútil frente ao problema. Sendo assim, há a necessidade de elevar o ativismo ao plano real, realizando ações concretas. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver esse impasse. Os agentes sociais, como a mídia, podem atuar na produção de comerciais que visem à conscientização acerca do tema, bem como, as escolas devem promover debates, alertando sobre a inércia provocada pelo falso ativismo. No entanto, cabe à população migrar do mundo virtual para o mundo real, gerando, assim, atitudes tangíveis, como doações para entidades e trabalhos voluntários.