Título da redação:

Manifestações líquidas

Tema de redação: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 18/09/2016

A internet é um ciberespaço ilimitado cujas possibilidades de interações interpessoais podem acontecer de inúmeras formas. Nesse contexto, o mundo virtual propiciou um ambiente ideal para a disseminação de opiniões, críticas e, até mesmo, manifestações. Diante disso, as redes sociais, principalmente, tornaram-se uma importante ferramenta de fortalecimento aos movimentos sociais tanto em âmbito nacional quanto internacional. Vale ressaltar, em primeiro lugar, as possibilidades geradas pelo uso da internet. Nesse sentido, diversas manifestações sociais ocorreram graças à velocidade de difusão de informações proporcionada por ela. É o caso da Primavera Árabe, por exemplo, no qual um vendedor de frutas ateou fogo em seu próprio corpo como forma de protesto contra o governo autoritário de seu país. Com isso, tal feito se espalhou pela rede, sendo usado como símbolo pelo restante da população. Logo, sem o uso dessa ferramenta, provavelmente esse homem teria sacrificado sua vida em vão. É válido considerar, ainda, o ciberativismos no contexto nacional. Em vista disso, protestos como o “Fora Dilma” ou dos “30 centavos” foram organizados e discutidos mediante o uso da internet. Entretanto, é comum que movimentos desse tipo, especialmente no Brasil, sejam rapidamente esquecidos, uma vez que não há uma liderança bem definida e, também, pelo excesso de informação que acaba reduzindo o foco principal. Em função disso, a sociedade brasileira é uma ótima forma de exemplificar o termo “modernidade líquida”, de Zygmun Bauman, pois retrata bem a fluidez e a volatilidade das relações dos cidadãos brasileiros. Fica claro, portanto, que, apesar dos benefícios do uso da internet, é possível aproveitá-la de melhor forma. Para isso, fóruns de debates poderiam ser criados a fim de estabelecerem um ambiente de trocas de ideias a respeito de determinado movimentos, por exemplo, evitando que o verdadeiro motivo possa se dispersar. A escola, por sua vez, como responsável pela formação de cidadãos críticos e conscientes, poderia promover palestras com o intuito de associar a importância entre o uso das ferramentas virtuais com a democracia, haja vista a sua importância como forma de engajamento social e político. Por fim, a mídia poderia criar propagandas as quais incitassem à participação popular, isto é, fora do campo cibernético. Assim, poderíamos acabar com o falso ativismo.