Título da redação:

Intolerância e ativismo na rede

Proposta: Ciberativismo: Ferramenta de protesto ou falso ativismo?

Redação enviada em 31/07/2016

O ativismo requer o uso da palavra, da argumentação, da crítica, ou seja, da comunicação. O advento da internet ,e por conseguinte das redes sociais, tornou mais fácil a realização de tarefas que dependem do ato de comunicar. Isso inclui a nova forma de ativismo, denominada de ciberativismo. Contudo, é preciso admitir o risco do isolamento ideológico e da intolerância que as redes virtuais podem provocar. O surgimento da internet facilitou a prática do ativismo. No passado, grandes ativistas, como Martin Luther King, Nelson Mandela ou Mahatma Gandhi, necessitavam gastar muitos recursos para viajarem milhares de quilômetros, a fim de divulgarem suas ideias ao maior numero de pessoas. Hoje, graças à internet, do conforto do lar, é possível postar uma mensagem na rede e, em poucos minutos, alcançar pessoas no mundo inteiro. Isso representa economia de tempo e dinheiro. Os protestos da primavera árabe, bem como as manifestações contra ou pró a saída da presidente Dilma são exemplos da eficácia do ciberativismo. Todavia, é preciso atentar para aquilo que o sociólogo Zygmunt Bauman chamou de "as zonas de conforto". Elas se constituem em um isolamento ideológico; ou seja, o ativista exclui das comunidades virtuais os que pensam diferente dele, isolando-se de outras ideologias. Isso leva a um empobrecimento de ideais e não contribui para as interações sociais, levando, muitas vezes, à xenofobia, ao racismo e à intolerância religiosa. Nota-se, portanto, que o ciberativismo é mais rápido e econômico, em relação à forma tradicional; no entanto, possui o risco de suprimir o debate de ideais e a interação social, o que pode levar à intolerância. Por meio da educação,é possível prevenir isso. Kant dizia que o homem é nada além daquilo que a educação faz dele. Por isso, para termos cidadãos ativos e tolerantes ,ideologicamente, precisamos ensiná-los ,em casa ou na escola, a como utilizar as redes virtuais, a como requerer seus direitos, a como criticar, a protestar e, acima de tudo, a respeitar posições antagônicas.